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Economia

Tarifaço de Trump: UE discute contrapartida e Brasil se adianta; veja

Guerra comercial implementada pelo presidente dos EUA.

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A União Europeia está avaliando medidas para restringir a atuação das big techs e de Wall Street como resposta à escalada da guerra comercial com os Estados Unidos. O bloco considera utilizar uma ferramenta que permitiria impor barreiras às importações de serviços americanos, ampliando as represálias contra as tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump.

“Temos o poder de reagir”, afirmou Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, destacando que a União Europeia está disposta a negociar, mas não descarta medidas de retaliação.

Trump já impôs tarifas sobre alumínio, aço, automóveis e peças automotivas, impactando a economia europeia. Em resposta, Bruxelas anunciou a reimposição de taxas sobre produtos americanos, incluindo motocicletas Harley-Davidson e bourbon, retomando disputas comerciais iniciadas durante o primeiro mandato do republicano.

Brasil aprova Lei da Reciprocidade Comercial

No Brasil, o Congresso Nacional aprovou o Projeto de Lei 2.088/2023, que cria a Lei da Reciprocidade Comercial, autorizando o governo a adotar contramedidas contra países e blocos que impuserem barreiras a produtos brasileiros. O texto segue agora para sanção presidencial.

O projeto ganhou urgência após Trump anunciar novas sobretaxas de 10% sobre produtos brasileiros. A aprovação foi resultado de um acordo entre governo e oposição, que retiraram destaques para acelerar a tramitação.

“Nas horas mais importantes, não existe um Brasil de esquerda ou de direita. Existe apenas o povo brasileiro”, declarou o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

A nova lei permite ao Conselho Estratégico da Câmara de Comércio Exterior (Camex) aplicar restrições às importações de bens e serviços de países que prejudiquem a competitividade brasileira. A sanção presidencial deve ocorrer em até 15 dias úteis.

Lula promete reação contra tarifas dos EUA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil tomará “todas as medidas cabíveis” contra as novas taxas americanas, destacando que a política protecionista dos EUA fere os princípios do livre comércio.

“Defendemos o multilateralismo e responderemos a qualquer tentativa de protecionismo”, disse Lula, reforçando que a Lei da Reciprocidade Comercial será a base para futuras ações contra Washington.

Lula fez as declarações durante o evento “O Brasil dando a volta por cima”, em Brasília, onde também anunciou a ampliação do programa Minha Casa, Minha Vida para a classe média e a implementação da TV 3.0, um novo sistema de televisão integrada à internet.

Impacto global e o choque econômico das tarifas

A nova política tarifária dos EUA visa recuperar a competitividade da indústria americana, que perdeu espaço para a Ásia nas últimas décadas. O economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, avalia que as medidas representam “um choque brutal” para a economia global, o maior desde os anos 1930.

“Os governos asiáticos desenvolveram políticas de inovação e subsídios ao desenvolvimento tecnológico, tornando suas indústrias extremamente competitivas”, explicou Gala.

As tarifas de Trump variam conforme a região: 10% para países da América Latina, 20% para a Europa e 30% para a Ásia, evidenciando a preocupação maior com o avanço chinês.

Em 2023, a participação da indústria dos EUA na produção global caiu para 17,4%, contra 28,4% em 2001. Trump justificou as tarifas como uma tentativa de frear déficits comerciais que esvaziaram a base manufatureira americana, mas especialistas alertam que a estratégia pode gerar novos desdobramentos geopolíticos e econômicos.

(Com Agências).

Redatora. Formada em Técnico Contábil e Graduada em Gestão Financeira. Contato: simonillalves@gmail.com.

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