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Commodities

Tempo seco nos EUA joga a favor da soja, mas oferta alta rondará a insegurança do clima

A soja se recupera na Bolsa de Chicago, impulsionada pelo clima seco nos EUA e o acordo de teto da dívida. Câmbio desfavorável afeta exportadores.

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Por várias sessões na Bolsa de Chicago a soja sofreu com o mercado financeiro arisco, temendo por um calote do governo americano, mas mais ainda pelos dados altistas de oferta e, portanto, baixistas em cotações.

Agora, como esperado, o clima entrou nos preços para valer e será assim até que as lavouras nos Estados Unidos entrem em num ponto ideal de maturação.

Restou, a favor das altas na semana passada, o clima mais seco em várias regiões produtoras, puxando valorização de mais de 23 pontos.

Nesta parte inicial das operações desta segunda (12), também encontra fôlego em mais pontos, a 0,32% no contrato de julho.

Se já não há mais o temor por nova onda de reflexos globais recessivos, depois que o presidente Joe Biden conseguiu o acordo para aumentar o teto da dívida junto à Câmara dos Deputados – o que também era algo a ser esperado, dado o tamanho do estrago que causaria nas economias -, os números de produção da nova safra americana não foram barreiras para o preço do bushel avançar no mercado futuro.

Com plantio bem acelerado, em comparação a junho passado, a projeção mais recente é de toneladas é de mais de 122 milhões de toneladas em 23/24

Tampouco a alta dos estoques, igualmente reportada pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Está em 9,5 toneladas, mais 400 mil toneladas sobre a estimativa de maio.

Números elevados de oferta, com pouca garantia de que o clima adverso, no retrato atual, vá absorvê-los.

Nesta mesma época em diante, em 2022, as condições meteorológicas por lá entraram e saíram com muita frequência, hora melhorando, hora piorando. Levando em consideração que há muita “água para rolar” até que a colheita americana apareça no radar, o produtor precisa ficar atento ao melhor momento de vender.

No primeiro trimestre e começo deste segundo, os brasileiros ficaram esperando uma melhora dos preços, que não veio. Muitos perderam dinheiro ao não venderem quando a cotação chegou a US$ 14, para depois ir quase bater nos US$ 12.

A safra do Brasil foi cheia, quase 155 milhões de toneladas, a China estava lenta nas importações e o USDA lançou as primeiras informações sobre intenção de plantio – e logo depois de seu início – francamente desfavoráveis para a manutenção dos preços.

Agora, de novo as cotações melhoraram com a meteorologia preocupada com a seca em áreas importante do Cinturão de Grãos.

Vale ressaltar que o câmbio pode seguir desfavorecendo o exportador. Mantido o viés da baixa visto na última sexta, quando caiu 0,97% para R$ 4,87 – a menor taxa em 12 meses – o importador gasta mais para comprar no Brasil.

Com mais de 40 anos de jornalismo, sempre em economia e mercados, já passou pelas principais redações do País, além de colaborações para mídias internacionais. Contato por e-mail: infomercadosbr@gmail.com

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