Tensão externa; Focus e recuo do emprego pautam Ibovespa de segunda

Com sentido indefinido, os índices futuros ianques (Dow Jones, -0,18%; S&P 500, +0,05%; Nasdaq, +0,52%) atestam a preocupação dos mercados com relação a problemas mundiais recorrentes, como o controle da inflação, falhas nas cadeias de suprimentos, assim como a alta de juros por parte do Federal Reserve (Fed) – em março próximo – medida com impacto global imediato, após uma pausa de quase três anos, a título de combater o avanço de preços nos EUA.

Aumento de 50 pontos base – Outro indicador da volatilidade atual, o S&P 500, no final da manhã dessa segunda (31), valorizava 2%, mas inverteu o sinal, logo em seguida. Após a sinalização do Federal Reserve (Fed), na sexta (28), de que pretende elevar a taxa, cinco vezes, em 25 pontos base, o mercado já conta com um aumento de 50 pontos base.

Maioria avança – Em que pese a instabilidade reinante, o mercado de Tio Sam exibiu resiliência, com o Dow Jones fechando a semana passada em alta de 1,3%; o S&P 500 avançando 0,8% e o Nasdaq, estável. Das empresas que compõem o S&P 500, pelo menos um terço delas admitiu que seus resultados superavam as expectativas do mercado, informou o FactSet. Nesta semana, é a vez de Alphabet (NASDAQ:GOOGL), Meta Platforms (NASDAQ:FB), Amazon (NASDAQ:AMZN), entre outras companhias globais mostrarem seus números.

Meia Ásia – Com mercados semicerrados, a Ásia teve os avanços do nipônico Nikkei e do Hang Seng Index, de Hong Kong, ambos de 1,07%, mas inativa para os índices das bolsas da chinesa Shanghai e da sul-coreana Kospi, fechados pela véspera do Ano Novo Lunar, em meio à divulgação do Índice do Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) – principal indicador da atividade industrial da China – apontou expansão, ao superar a barreira de 50 pontos, ao passo que o PMI de manufatura Caixin/Markit, bateu, no mês, a marca de 49,1.

Europa positiva – Na Europa, por sua vez, o índice Stoxx 600 – formado pelas ações de 600 empresas dos principais setores econômicos de 17 países do velho continente – subia 0,98% a 470,10 pontos, alavancado pelo setor de tecnologia, mas retido pelo de viagem e lazer. Enquanto isso, a tensão geopolítica na região não dá trégua, com a ameaça de invasão russa na Ucrânia, no dia em que o Conselho Segurança das Nações Unidas se reúne para discutir uma saída para o conflito. Apesar do momento delicado, o PIB da Zona Euro exibiu crescimento de 5,2% no ano passado, ante 2020.

Petróleo valoriza – No plano das commodities, o petróleo avançava, no início da sessão, a 0,81% a US$ 87,52 o barril (tipo WTI) e 0,82%, a US$ 90,77 o barril (Brent), ao passo que o minério não sofreu alteração nessa sessão.

PIB sobe pouco – No planeta Brasilis, o Boletim Focus – divulgado às segundas pelo Banco Central (BC), após consulta a mais de 100 instituições financeiras do mercado – mostrou mais ligeira alta da previsão do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano, de passou de 0,29% para 0,30%, ao passo que para 2023, houve queda de 1,69% para 1,55%, mas se manteve estável em 2% para 2024. Por fim, a mediana do PIB de 2021 cresceu de 4,48% para 4,49%. Já o IPCA, índice oficial de inflação, as projeções de economistas marca nova alta, desta vez de 5,15% para 5,38%; de 3,4% para 3,5%, no ano que vem, mas estável de 3% para 2024.

Selic mantida em 11.75% a.a. – A Selic, por seu turno, deverá fechar este ano no patamar de 11,75% ao ano; 8% para 2023 e 7%, no ano seguinte.

Câmbio estável – No que toca ao câmbio, este foi mantido em R$ 5,6, para o fim de 2022; estável em R$ 5,50 em 2023 e em R$ 5,40 para 2024.

Resultado primário positivo – No que toca ao ‘estado das contas públicas’, o resultado primário do setor público em 2021 foi positivo em R$ 64,727 bilhões, após o ‘tombo’ do déficit de R$ 702,950 bilhões, relacionado aos gastos extraordinários realizados, a título de manter a economia em atividade ante a pandemia.

Melhor desde 2013 – Decorrente da diferença entre receitas e despesas do setor público (antes do pagamento dos juros da dívida pública), o resultado primário do ano passado é considerado o melhor desde 2013, quando atingiu R$ 91,306 bilhões.

Déficit fiscal de R$ 35,8 bi – Outro indicador do tema, o resultado fiscal do ano passado registrou déficit de R$ 35,872 bilhões do Governo Central (Tesouro Nacional, Banco Central e INSS) o que corresponde a 0,41% do PIB. Ao mesmo tempo, governos regionais (estados e municípios) somaram R$ 97,694 bilhões ou    1,13% do PIB.

Emprego cai – Quando o tema é emprego, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) revelou perda de 256.811 vagas em dezembro último (1.437.910 admissões e de 1.703.721 desligamentos), resultado que interrompe a série de aumentos, nos meses anteriores.

Covid sobe 238% – No diário da Covid, o vírus chinês matou 540 brasileiros, na média móvel de mortes em sete dias, com alta de 238% ante patamar anterior de 14 dias, informou o consórcio de veículos de imprensa.

Principais indicadores

Estados Unidos (futuros)

Dow Jones, -0,18%.
S&P 500, +0,05%.
Nasdaq, +0,52%.

Ásia

Shanghai SE (China), não abriu.
Nikkei (Japão), +1,07% (fechado).
Hang Seng Index (Hong Kong), +1,07% (fechado).
Kospi (Coreia do Sul) – não abriu.

Europa

FTSE 100 (Reino Unido), +0,09%.
DAX (Alemanha), +1,13%.
CAC 40 (França), +0,55%.
FTSE MIB (Itália), +1,2%.

Commodities

Petróleo WTI, +0,81%, a US$ 87,52 o barril.
Petróleo Brent, +0,82%, a US$ 90,77 o barril.

Minério de ferro – A bolsa de Dalian não abriu na segunda-feira (31).

Criptomoedas

Bitcoin, +0,52%, a US$ 36.594,38.