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Automobilística

Tesla adota tática polêmica para silenciar críticos de seus carros

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A Tesla, do bilionário Elon Musk, está envolvida numa situação controversa, e tudo começou depois da descoberta de um simples treinamento de funcionários.

De acordo com uma reportagem publicada pela agência Reuters, a empresa tomou uma decisão polêmica, ao perceber o aumento significativo de reclamações de clientes sobre a autonomia dos carros elétricos da marca.

A direção da empresa decidiu, basicamente, que os funcionários seriam treinados para convencer os clientes a desistirem de levar os carros para verificar a situação das baterias.

As estratégias adotadas para tentar assegurar a desistência envolveria desde a oferta de testes remotos falsos até mentiras por telefone.

Descoberta

O caso veio à tona depois do relato de alguns clientes. Um deles, dono de um Tesla Model 3, ano 2021, observou que a autonomia do veículo não estava atingindo nem a metade dos 568 km prometidos pela montadora.

Ao ligar na central de atendimento, ele fez o agendamento para ir até um posto da Tesla na Califórnia e recebeu duas mensagens de texto, em seguida.

Uma delas dizia que “diagnósticos remotos constataram que a bateria do carro estava boa” e, na outra, ele foi informado de que “gostariam de cancelar a visita”.

Comemoração a cada desistência

A equipe treinada pela Tesla chegou a receber um nome interno, chamado “equipe da diversão”. Isso, porque cada convencimento de desistência era visto como um sucesso da estratégia e os funcionários tinham um jeito bem diferente de comemorar.

Segundo a Reuters, sempre que um cliente desistia de levar o carro para fazer reparos, a equipe utilizava xilofones para celebrar a conquista.

Tudo acontecia da seguinte forma: o atendente responsável colocava o telefone no mudo, fazia o anúncio para a equipe e, ao som de aplausos e xilofones, dançava para comemorar os cerca de US$ 1 mil economizados pela empresa, em razão da desistência.

Musk foi procurado pela reportagem, assim como outros departamentos da Tesla, mas preferiu não falar sobre o caso. Desde 2020, por determinação do bilionário, a empresa não possui assessoria de imprensa ou departamento de relações públicas.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), com especialização em Comunicação Digital, e que trabalha há 14 anos como repórter e redator

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