Curiosidades
Um dos maiores peixes do Brasil, piratinga do Parnaíba, pode desaparecer
Mudanças no seu habitat e ausência de políticas de proteção estão ameaçando a existência desse gigante nordestino.
A piratinga do Parnaíba, também conhecida como piraíba, é um dos maiores peixes de água doce do Nordeste brasileiro. Com tamanho que pode alcançar até 2,50 metros de comprimento e peso de 300 quilos, a piratinga habita naturalmente as bacias dos rios Amazonas, Orinoco e os maiores rios das Guianas.
No entanto, sua presença no Nordeste está restrita à bacia do rio Parnaíba, nos estados do Maranhão e Piauí. Atualmente, a piratinga, infelizmente, enfrenta risco de extinção local, um cenário alarmante que demanda urgentes medidas de conservação.
Historicamente, a piratinga sempre foi um importante recurso alimentar e comercial para as comunidades ribeirinhas. Entretanto, a construção da usina hidrelétrica de Boa Esperança, nos anos 1960, no leito do rio Parnaíba, prejudicou a rota migratória dessa espécie, impactando significativamente sua reprodução e, consequentemente, sua população.
Além disso, relatos de pescadores locais indicam que já faz mais de uma década que não se pescam piratingas na porção alta do rio, o que reforça as preocupações acerca de sua sobrevivência.
Fatores que ameaçam a piratinga
Imagem: Telton Ramos/reprodução
A seguir, detalhamos os principais fatores que trouxeram a situação da piratinga do Parnaíba ao status quo. Confira!
Impactos da barragem de Boa Esperança
A usina hidrelétrica de Boa Esperança é apontada como um dos principais fatores para o declínio da piratinga.
Ao interromper seu caminho natural de migração, a barragem prejudicou a reprodução desse peixe, que necessita subir o rio para perpetuar sua espécie.
Essa interrupção cria uma barreira física intransponível, afetando diretamente a sobrevivência e a manutenção da população local dessa espécie.
Questões taxonômicas e de conservação
A piratinga ainda enfrenta incertezas taxonômicas que dificultam sua proteção legal. Estudos sugerem que a nomenclatura atual pode não refletir a identidade real da espécie, podendo tratar-se de uma nova variação ainda não descrita.
Esta incerteza impede o estabelecimento de medidas de conservação eficazes. Como a espécie Brachyplatystoma filamentosum é classificada como “menos preocupante” na lista do ICMBio e da IUCN, sua pesca continua permitida, agravando a situação na bacia do Parnaíba.
Medidas urgentes e ações futuras
O momento requer atenção das autoridades do Maranhão e do Piauí, além de esforços nacionais, para proteger a piratinga. Embora ainda não haja listas oficiais de espécies ameaçadas nesses estados, há esperança de uma inclusão iminente da piratinga na lista do Maranhão.
Esta é uma oportunidade crucial para implementar medidas de conservação que garantam a sobrevivência da espécie no rio Parnaíba.
É fundamental que pesquisas adicionais sejam realizadas para identificar possíveis populações remanescentes e desenvolver estratégias de proteção adequadas.
A sobrevivência da piratinga do Parnaíba dependerá de decisões assertivas e tempestivas por parte de órgãos ambientais e governamentais.
A combinação de esforços para revisão taxonômica, implementação de legislação protetiva e conscientização pública é essencial.
Só assim será possível garantir que este majestoso peixe continue a existir no Brasil, evitando um silenciamento definitivo de sua presença nos rios nordestinos.

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