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Economia

Usiminas planeja adquirir mais placas de terceiros no 4º tri

Setor industrial brasileiro passa por fase de reestocagem.

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A Usiminas continuará adquirindo placas de aço produzidas por terceiros para acolher parte da alta da demanda no Brasil, onde o setor industrial atravessa uma reestocagem, e acredita que os preços da liga no país seguem defasados em relação ao mercado internacional mesmo com os diversos aumentos realizados em 2020.

Segundo o vice-presidente financeiro da Usiminas, Alberto Ono, a empresa sofreu um “incidente” na usina de Ipatinga no final de setembro, o que causou “alguma perda de produção” e está sendo compensado com placas de terceiros.

“Vamos ter compra maior de placa no quarto trimestre porque estamos aproveitando nossa flexibilidade de laminação em Cubatão”, acrescentou.

Em abril, a Usiminas desativou dois alto-fornos em abril em meio aos impactos das medidas restritivas para conter o coronavírus. Um dos equipamentos foi religados em julho. Ono citou incertezas sobre o cenário para demanda de aço no país nos próximos meses quando perguntando se há uma data para o alto-forno 2 de Ipatinga ser reativado.

“Não temos certeza ainda sobre retorno do equipamento. Estamos vendo recuperação da demanda, existe uma tendência de reestocagem, mas isso tem prazo. A questão é qual será o novo normal em termos de demanda após a recuperação dos estoques”, disse o executivo.

O diretor comercial da Usiminas, Miguel Homes Camejo, acredita um equilíbrio entre oferta e demanda deve demorar mais três ou quatro meses. Questionado sobre novos reajustes de preços de aço, ele afirmou que os valores da liga no país estão 4% a 5% abaixo dos praticados no exterior e que a companhia pretende que esta paridade fique positiva entre 7% e 8%, com novos acréscimos previstos.

Mais cedo neste mês, Luis Fernando Martinez, da CSN, fez comentários semelhantes ao informar a empresa vai elevar o preço de aços longos e planos em 10% em novembro, após reajustes acumulados de 40% ao longo de 2020.

Nas quarta-feira, o presidente da Gerdau, Gustavo Werneck, respondeu a críticas de que as siderúrgicas estejam se aproveitando da recuperação da demanda para subir seus preços, argumentando que o setor tem sofrido com fortes aumentos de custos e desvalorização cambial, que derrubaram os valores praticados no Brasil para abaixo da média internacional.

Camejo também afirmou que a Usiminas já começou a discutir contratos anuais de preços com montadoras de veículos. Ele não mencionou um índice pretendido, mas disse que os reajustes precisam refletir os movimentos de preços ocorridos ao longo do ano e as expectativas do mercado automotivo para 2021, que sinalizam crescimento nas vendas.

Questionado se a empresa pode elevar dividendos ou retomada de planos para uma nova linha de galvanização em Ipatinga, Ono disse que a preferência é por continuar a reduzir a alavancagem. No terceiro trimestre, a relação dívida líquida/Ebitda caiu a 1,2 vez, a menor entre as empresas listadas do setor no país.

“A tendência é buscar um pouco mais de desalavancagem. Entendemos que, no geral, uma empresa como a nossa tem que trabalhar mais conservadora nesse sentido”, disse ele.

Sobre o projeto bilionário de reforma do alto-forno 3 de Ipatinga, que precisará de recursos em 2021 e 2022, Camejo afirmou que “embora estejamos com bom nível de caixa, nos próximos dois anos vamos precisar de parte disso para o plano de investimento”.

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