Vacina da Covid-19: entenda porque a OMS não quer que países apliquem 3ª dose

Você já deve ter escutado falar sobre a 3ª dose da vacina contra a Covid-19, não é mesmo? Em meio a diversas dúvidas sobre mais uma dose para reforçar a batalha contra o vírus, a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um comunicado na última quarta-feira, 4, pedindo uma moratória global para os países que planejam aplicar a terceira dose das vacinas contra o coronavírus SARS-CoV-2 em suas populações.

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Mas, o que isso significa? Na prática, a OMS solicita a suspensão desses planos até o final do mês de setembro – quando é estimado que pelo menos 10% da população mundial esteja imunizada contra a COVID-19.

A organização, por meio de seu diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, chama a atenção para a desigualdade na distribuição de vacinas contra a COVID-19 em todo o mundo, onde países com alta renda consomem a maioria dos suprimentos, diferente dos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. Ele afirma que, a OMS entende a preocupação dos governantes em proteger suas populações da variante Delta [B.1.671.2], no entanto ressalta sobre a possível falta de insumos para proteger o restante dos países. “Não podemos aceitar que os países que já utilizaram a maioria dos fornecimentos das vacinas usem ainda mais, enquanto as populações mais vulneráveis do mundo continuam desprotegidas”, defendeu em seu comunicado o diretor-geral da OMS.

Apesar do apelo da da OMS, alguns países pretendem iniciar a aplicação da terceira dose das vacinas contra o coronavírus. Um dos exemplos é a França, na última quinta-feira,5, o presidente Emmanuel Macron, anunciou que o governo deve iniciar a distribuição do reforço a partir de setembro. O objetivo inicial será proteger a população mais idosa e mais frágil, é o argumento de algumas nações. Alemanha e Israel também seguem os mesmos planos e anunciaram o reforço da dose.

Vacinação em todo o mundo

Atualmente, cerca de 4 bilhões de doses de vacinas contra a COVID-19 foram aplicadas no mundo, sendo que mais de 80% delas foram destinadas para os países mais desenvolvidos, segundo a OMS. O que representa menos de metade da população mundial. Enquanto grande parte dos países da Europa conseguiu vacinar mais de metade da população, a maioria dos países do continente africano imunizou apenas 2%.

Segundo Ghebreyesus, países ainda não conseguiram aplicar as primeiras doses nos profissionais de saúde da linha de frente ou nas pessoas com maior risco de óbito em decorrência da COVID-19, como os idosos.