Vacinação contra Covid-19 deve ser anual, afirma Dimas Covas

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, acredita que a vacinação contra a Covid-19 deverá ser realizada anualmente. “Tudo indica que a duração da imunidade será inferior a um ano, e, portanto, a vacinação periódica será necessária”, declarou em entrevista à revista Veja.

Segundo Covas, esse cenário é o mais provável devido ao surgimento de novas variantes do coronavírus e ao ritmo lento de vacinação no país. “Há um foco muito grande na questão do uso da vacina, mas pouco se fala do rumo da pandemia. Com o ritmo atual — em que a concentração de uso dos imunizantes está nos países ricos e as nações com renda média e pobres ainda não têm aplicação em massa —, é provável que teremos o vírus circulando pelo mundo ainda no ano que vem com intensidade”, disse.

O diretor também mencionou os esforços do Instituto Butantan para aumentar a produção da vacina e disse que mais 22 milhões de doses da CoronaVac devem ser entregues até o final deste mês.

“Já fizemos um primeiro esforço e, com isso, nos planejamos para entregar 22 milhões de doses no final de março, quando a previsão inicial era de pouco menos de 18 milhões. A previsão inicial de entrega foi feita dentro de um contexto que haveria outras vacinas dentro da programação do Ministério da Saúde, mas essa previsão não se confirmou”, explica.

Ao mencionar o impacto das variantes nas vacinas, Covas destacou que é necessário aguardar mais estudos para comprovar sua eficácia contra novas variantes do vírus. Contudo, segundo ele, todas as vacinas já existentes “têm impacto no número de internações e mortes”.

O médico disse ainda que espera que se confirme o aumento na entrega de vacinas previstas pelo Ministério da Saúde para o mês de abril, uma vez que o Instituto ainda trabalha em previsões. Por meio do consórcio Covax Facility, são aguardadas 3 milhões de doses já neste mês, e mais 6 milhões entre abril e maio.

Conforme anunciado pela pasta na semana passada, o Brasil deve receber 138 milhões de doses até dezembro. Após fechar acordo com os produtores das vacinas Pfizer e Janssen, serão cinco imunizantes contra o coronavírus no país, a serem distribuídas em diversos cronogramas até o fim do ano.