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Economia

Vale a pena investir na poupança com a alta da Selic?

Para além da aplicação tradicional

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Aplicadores que aportaram R$1 mil na poupança, um ano atrás, perderam R$48

Em mais uma reunião, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu subir a taxa de juros Selic em 0,75%. Com a decisão, a taxa passa agora a 3,75% ao ano. Com isso, investimentos em renda fixa passam a render um pouco mais.

A poupança começa a render 2,45% no ano. Mas esse aumento é suficiente para colocar o dinheiro na caderneta? Ou a poupança segue dando retorno negativo?

Para Laura Bartelle, especialista em investimentos e sócia da 051 Capital, não há motivos para deixar o dinheiro na poupança, já que a inflação está maior do que a taxa de rendimento da caderneta, o que faz com que os ganhos da poupança sejam, dessa forma, negativos. Além disso, a caderneta só remunera em dias de aniversário, ou seja, caso saque antes de 30 dias do depósito do valor, perde totalmente a rentabilidade.

“A poupança tem liquidez diária, afinal é possível fazer saques todos os dias, mas, por outro lado, o saque com rentabilidade só pode ser feito 30 dias depois do valor investido. Se eu investi no dia 1 de maio, só vou ter rentabilidade se resgatar no dia 1 de junho, por exemplo. Se sacar antes, perco o ganho. Há outras formas de investir com liquidez melhor e mais rentabilidade”, comenta Laura.

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Poupança

Para quem busca proteção contra o aumento de preços, os títulos pós-fixados (que seguem a variação de um índice) atrelados à inflação podem ser uma boa opção, segundo Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos. Em 12 meses, o Tesouro IPCA+ está com rentabilidade de 2,43%. Além de pagarem exatamente a variação do IPCA no período, esses papéis também possuem uma taxa pré-fixada, que está maior que a Selic.

“O investidor consegue ganhar mais do que o CDI e a variação da inflação. O risco é que se o cliente sacar o dinheiro antes, pode perder dinheiro pela marcação a mercado dos títulos. O ideal é levar até o vencimento”, afirma Jansen.

Bolsa

Já na Bolsa de Valores, vale ficar de olho em empresas que podem ser beneficiadas com a alta de juros: “Temos de olhar positivamente para bancos e seguradoras, que têm bastante caixa e ganham rentabilidade com o dinheiro do cliente parado. Pelo lado negativo, as empresas que possuem custos de dívida mais altos sofrem mais com o aumento de juros, como algumas empresas de tecnologia que têm menos caixa”, explica Jansen.

As altas de juros vêm após um período de sete meses, de agosto de 2020 a março deste ano, em que foram mantidos na mínima histórica, 2% ao ano. Apesar de o país seguir com a economia desaquecida, fatores como o ciclo de alta dos preços das commodities, o valor atual do dólar e a alta dos juros nos EUA têm contribuído para a inflação subir.

Prêmios

Com o aumento dos prêmios pagos por lá, os investidores acabam tirando dinheiro do Brasil e de países emergentes para realocar os valores no mercado americano. “A taxa de juros nos Estados Unidos sobe por motivos diferentes. Há um aquecimento da economia americana, desemprego baixo, razões positivas. Aqui subimos as taxas de juros por pressões externas, preços de commodities, alta do dólar e pressões de custos. Subimos a Selic com o Brasil capengando”, afirma João Beck, sócio da BRA, escritório credenciado da XP Investimentos.

Segundo Beck, para investir na Bolsa, vale ficar de olho em companhias que se beneficiam de commodities e do mercado externo devido ao dólar alto.

“Um outro ponto importante a se observar é o avanço da vacina e o número de contágios, que vão determinar a valorização daqueles setores da Ibovespa que ficaram um pouco parados e que se valorizam com o aumento da mobilidade urbana com pessoas indo a faculdades, circulando nos shoppings, nas ruas e lojas físicas”, diz.

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