Vale contrata jornalista para ‘afinar’ relação com governo, diz jornal

A mineradora Vale (VALE3) contratou o jornalista Kennedy Alencar para liderar sua área de relações institucionais, numa estratégia voltada a melhorar a relação com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo informações da colunista Malu Gaspar, do jornal “O Globo”, a escolha de Kennedy é parte de uma série de mudanças que o novo presidente da Vale, Gustavo Pimenta, planeja implementar na companhia.

Atualmente, Kennedy Alencar ocupa o cargo de diretor institucional e conselheiro editorial na Rede TV!, além de ser comentarista do programa “É Notícia” e colunista do UOL. Na Vale, ele deverá assumir a nova função a partir de meados de novembro.

A escolha de Alencar é estratégica, pois ele possui um histórico de proximidade com o presidente Lula e uma boa interlocução com o PT, além de ter trânsito com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e lideranças do centrão, conforme apontou a colunista. A nomeação integra uma série de ajustes internos promovidos por Pimenta para reaproximar a Vale do governo federal, após as tensões geradas pela tentativa de Lula de influenciar na escolha de membros do conselho da mineradora, sugerindo a inclusão do ex-ministro Guido Mantega.

Com essa mudança, a área de relações institucionais da Vale passará a responder diretamente ao presidente Gustavo Pimenta, deixando de estar subordinada à vice-presidência jurídica da companhia.

Vale (VALE3)

Ontem, a companhia informou que firmou uma parceria com a siderúrgica chinesa Jinnan Steel Group para construir uma planta de concentração em Omã, projetada para fornecer minério de ferro de alta qualidade para a produção de pelotas e briquetes. O projeto, com investimento inicial superior a US$ 600 milhões, busca apoiar a fabricação de produtos com menor pegada de carbono.

Localizada no porto e na zona de livre comércio de Sohar, a planta será de propriedade da Jinnan, informou a Vale em comunicado nesta segunda-feira. A operação está prevista para meados de 2027, com capacidade de processar 18 milhões de toneladas de minério de ferro anualmente, gerando 12,6 milhões de toneladas de concentrado de alta qualidade.

A companhia brasileira investirá US$ 227 milhões para integrar a usina às suas instalações de aglomeração na região, enquanto a Jinnan Steel, siderúrgica privada de Shanxi, norte da China, contribuirá com cerca de US$ 400 milhões para construção e operação da usina. A Vale enfatizou que essa colaboração permitirá a produção de concentrado de alta qualidade e, no futuro, briquetes com menor impacto ambiental.