Vale-refeição vira ilusão: benefício dura apenas 11 dias e trabalhador tem que tirar do bolso

O vale-refeição é um benefício facultativo, ou seja, não está previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) como uma obrigação do empregador. Desse modo, ele funciona como uma vantagem adicional atrativa para os funcionários.

O valor do VR, como é conhecido, varia de acordo com a empresa, a região e o cargo do funcionário. Essa quantia pode ser paga em dinheiro, cartão ou até mesmo em cheque, para que o funcionário se alimente durante o horário de trabalho.

No entanto, o benefício concedido pelos empregadores não está acompanhando o aumento dos preços do setor alimentício, de modo que o valor médio atual é capaz de arcar com os gastos em alimentação de apenas metade do mês de trabalho.

VR dura apenas metade do mês

De acordo com um levantamento feito pela Sodexo Benefícios, o valor pago atualmente pelos empregadores é capaz de custear somente 11 dias do mês de trabalho, o que equivale a aproximadamente metade do que seria necessário.

Essa média de duração do vale-refeição vem decaindo com o passar dos anos, já que antes da pandemia de covid-19, o VR durava cerca de 18 dias, mais de uma semana de diferença com a média atual.

Desse modo, os trabalhadores estão tirando do próprio bolso as refeições restantes no mês, sendo que alguns estão optando por alternativas mais baratas, mas que não oferecem o mesmo valor nutricional, como salgados e lanches.

Aumento nos preços

O problema principal é que o valor pago no benefício não está acompanhando o aumento na média de preço das refeições. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT), um prato feito no país custava R$ 30,59 em média no último ano.

Esse valor fica ainda mais caro caso o trabalhador opte por uma refeição à la carte, que fica em média R$ 64,83, enquanto os pratos por quilo custam em torno de R$ 35,91.

Uma outra pesquisa feita pela Ticket Restaurante apontou que, entre os anos de 2021 e 2022, houve um aumento no preço das refeições feitas fora de casa de quase 50%, o que cada vez mais preocupa e prejudica os trabalhadores.