Você pode ter ouro em casa sem saber! Veja onde encontrá-lo

Ouro e outros metais valiosos podem estar mais próximos do que se imagina. Eletrodomésticos comuns, como micro-ondas, televisores e geladeiras, possuem pequenos circuitos eletrônicos que contêm esse metal precioso, utilizado para garantir melhor condutividade e resistência à corrosão.

Com o avanço da tecnologia, pesquisadores têm buscado formas mais sustentáveis de recuperar esse material de aparelhos descartados.

Um estudo da ETH Zurich, na Suíça, apresentou uma abordagem inovadora para extrair ouro de dispositivos eletrônicos de forma ecológica.

Em vez de produtos químicos agressivos, a pesquisa utilizou um subproduto inesperado: resíduos da indústria de laticínios, como o soro de leite, para capturar partículas do metal.

Ouro escondido em eletrodomésticos

Todos os anos, milhões de toneladas de lixo eletrônico são descartadas, contendo não apenas ouro, mas também prata, paládio e cobre. Esses metais estão presentes em componentes internos de diversos aparelhos, muitas vezes em camadas microscópicas.

Apesar de sua abundância, a taxa de recuperação ainda é baixa, o que desperdiça recursos valiosos e agrava os impactos ambientais.

Embora seja comum associar ouro a celulares e computadores, eletrodomésticos também possuem quantidades significativas do metal.

Televisores, fornos elétricos e até máquinas de lavar contêm circuitos e conexões que utilizam ouro para evitar oxidação e melhorar a eficiência elétrica.

Uma solução sustentável para a extração

O método desenvolvido pelos cientistas suíços transforma proteínas do soro de leite em nanofibras que formam uma estrutura semelhante a uma esponja. Essa estrutura é mergulhada em uma solução contendo metais dissolvidos de placas eletrônicas trituradas.

Como um filtro altamente seletivo, ela captura íons de ouro, separando-os de outros materiais.

Após a saturação, a esponja é submetida a um processo de queima, resultando em pequenas escamas de ouro puro, que podem ser fundidas e reaproveitadas.

O método é mais seguro e ecológico do que os processos tradicionais, que utilizam compostos tóxicos como cianeto e ácido nítrico.

Recuperar metais preciosos vale a pena?

Em um teste experimental, os pesquisadores extraíram 450 miligramas de ouro de 20 placas-mãe de computadores antigos, uma quantidade avaliada em cerca de 33 dólares.

Pode parecer pouco, mas a escala faz toda a diferença: uma tonelada de celulares descartados pode conter até 300 gramas de ouro, enquanto a mesma quantidade de minério extraído de jazidas convencionais tem, em média, apenas 5 gramas.

Além do ouro, muitos eletrodomésticos contêm cobre, essencial para fios e bobinas, além de prata e paládio, usados em contatos elétricos e circuitos sofisticados. Esses metais garantem durabilidade e eficiência, tornando-se indispensáveis na fabricação de eletrônicos.

Por fim, a presença desses materiais nos eletrodomésticos não é apenas uma questão técnica, mas também um reflexo do avanço da engenharia eletrônica.

Com métodos de recuperação cada vez mais sustentáveis, a reciclagem de eletrônicos pode ser uma alternativa viável para reduzir desperdícios e recuperar metais valiosos que, por muito tempo, passaram despercebidos.