Comprando um carro? Não se esqueça destes 5 cuidados para economizar

Antes de trocarmos um carro, seja ele novo, usado ou seminovo, devemos tomar alguns cuidados essenciais para realmente valer a pena financeiramente. A primeira preocupação dos motoristas em avaliar um possível novo carro é calcular o valor do combustível em relação aos quilômetros rodados.

Porém, devemos nos atentar para outros fatores primordiais no processo de troca de carro. Existem cuidados que muitas vezes as pessoas deixam de tomar, prejudicando-as financeiramente.

Para auxiliar essa decisão, o Gerente de Operações de uma startup de mobilidade que vende carros por assinatura, Rodrigo Giraldi, afirma que:

“Quando falamos de carros econômicos, as visitas ao mecânico, os preços com a manutenção, os impostos anuais e a desvalorização pós-compra também devem ser levados em consideração.”

E ele acrescenta:

“A busca por esses modelos tem crescido muito entre os brasileiros, pois estamos vivendo um momento de preços elevados e nesta época do ano os gastos aumentam ainda mais.”

Veja a seguir uma lista dos cinco principais motivos que você deve levar em consideração no momento de escolha de um veículo.

1. Ano de fabricação

Primeiramente, é preciso se atentar para o ano de fabricação dos carros quando se quer adquirir algum. Esse fator está relacionado diretamente com os impostos anuais do carro e o preço pago pelo veículo.

Por exemplo: um carro seminovo com até três anos de uso certamente será mais vantajoso do que um modelo zero quilômetro. Isso porque, provavelmente, está seminovo e em boas condições, e por isso financeiramente vale mais a pena do que um carro novo da concessionária.

Além disso, os impostos anuais do carro (IPVA) deixam de existir com um determinado número de anos de uso do carro. Confira como funciona em cada estado do Brasil:

• Amapá, Rio Grande do Norte e Roraima: isenção do IPVA a partir de 10 anos da fabricação do veículo;
• Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Pará, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia e Sergipe: isenção do IPVA com mais de 15 anos de fabricação do veículo;
• Mato Grosso do Sul e Mato Grosso do Norte: isenção do IPVA a partir de 18 anos;
• Acre, São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul: isenção do IPVA a partir de 20 anos;
• Santa Catarina e Tocantins: isenção do IPVA a partir de 30 anos;
• Alagoas: isenção para veículos produzidos até 31 de dezembro de 2002;
• Minas Gerais: isenção para carros com placa preta de coleção ou com valor histórico.

2. Impostos anuais (IPVA e licenciamento)

Para um veículo poder circular livremente, o motorista precisa pagar dois impostos obrigatoriamente: o IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) e o licenciamento. O IPVA equivale a 0,4% do valor venal do veículo, por isso, se o carro tiver um valor alto, o imposto também será alto.

Um exemplo: o Porche 918 Spyder, de 2015, tinha um valor de mercado equivalente a R$ 14,4 milhões, e por isso o valor do seu IPVA em 2023 foi de R$ 577.921,56. Esse dado foi retirado da Secretaria da Fazenda de São Paulo, que divulgou o maior custo de IPVA de 2023 no Estado.

Ainda sobre impostos anuais, no caso do licenciamento, o é valor é cobrado de acordo com cada estado do Brasil em que a placa do veículo está registrada. O prazo é determinado pelo Detran.

3. Seguro

Um fator importantíssimo que deve ser levado em consideração no momento da escolha do veículo é o seguro do carro. Existem várias seguradoras no mercado, mas o valor varia de acordo com características específicas do carro e outros fatores. Você deve se atentar para:

• Se o modelo do carro é muito visado em assaltos;
• Se o veículo pertence a uma categoria de utilitários, o que leva o custo a ser mais caro;
• O ano de fabricação do carro;
• A idade do condutor;
• A região do carro;
• E, por último, o perfil do condutor: no caso de feminino, o seguro deve ser mais em conta, pelo baixo índice de acidentes no trânsito envolvendo mulheres.

4. Potência do motor

A escolha do tipo de motor é essencial no consumo de menor ou maior nível de combustível. Como se calcula a potência do motor? É caracterizada pela quantidade de cilindradas, que significa o volume do combustível e de ar que os pistões do motor movimentam.

Nesse sentido, quanto maior o número de cilindradas, maior a potência do veículo e, por isso, maior o gasto com combustível.

Atenção para as dicas: os carro mais econômicos geralmente são os que possuem motor 1.0. Destaque para Renault Kwid, Fiat Mobi e Chevrolet Onix Plus.

• Renault Kwid: veículo do ano de 2020 pode rodar 14,9 km/l na cidade e 15,6 km/l na estrada com gasolina. Com etanol, chega a fazer 16,3 km/l na cidade e 10,8 km/l na estrada, segundo o Inmetro;
• Fiat Mobi: pode fazer 13,8 km/l de gasolina na cidade e 16,4 km/l na estrada. Já com o etanol, o consumo médio é de 9,6 km/l na cidade e de 11,3 km/l na estrada;
• Chevrolet Onix Plus: o motor 1.0 turbo flex de três cilindros tem consumo médio na cidade com o abastecimento de gasolina de 14,3 km/l, e na estrada, 17,7 km/l. Já com etanol, de 10,1 km/l na cidade, e na estrada, 12,5 km/l.

5. Cautelas com a mecânica

Quando se quer comprar um veículo é importante pesquisar se a manutenção dele é em conta no Brasil. Ou seja, os mecânicos brasileiros de confiança devem saber mexer e consertar o carro. Geralmente, carros internacionais não possuem fábricas no país, e por isso a manutenção é mais cara.

Outro ponto-chave de economia é investir em manutenções preventivas. Muitas pessoas acreditam que ignorar os problemas do carro pode trazer benefícios para o seu bolso, porém só trará prejuízos.

Quando você negligencia um problema do carro, poderá gerar um problema mais sério num futuro breve, não só pelo custo, mas, o mais importante, pela segurança de todos.