Economia
Saiba quantas horas você precisa trabalhar para comprar uma cesta básica
Com o aumento da inflação e a queda do poder de compra do brasileiro, uma parte considerável do salário está sendo destinada a alimentação.
Um dos maiores problemas deste ano foi a inflação, que chegou a níveis muito altos, diminuindo o poder de compra do consumidor. De acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) inflação está em 4,39%.
Para o trabalhador que recebe apenas um salário-mínimo, a dificuldade de comprar os itens básicos para o mês e ainda pagar as contas tem sido grande. De acordo com dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos do Dieese, o trabalhador precisa trabalhar 136 horas e 6 minutos para comprar uma cesta básica.
Os dados mostram que uma pessoa que mora em São Paulo precisa comprometer mais de 66% de sua renda com despesas de alimentação. Em junho, por exemplo, esse percentual chegou a 67,83%, com uma queda em agosto para 63,93%.
Comparando com as outras capitais brasileiras, São Paulo é a que tem a cesta básica mais cara, chegando ao preço médio de R$ 749,78. Se uma pessoa trabalha sete horas diárias e recebe um salário-mínimo, ela precisa trabalhar 19 dias para garantir sua alimentação durante o mês.
No Rio de Janeiro, a cesta básica continua com um valor alto, bem próximo ao de São Paulo. De acordo com os dados recolhidos, o valor chega a R$ 717, o que significa um comprometimento de 64% do salário de R$ 1.212.
A inflação vem baixando de forma discreta nos últimos meses, tendo tido em agosto uma queda de apenas 0,36%. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística) afirma que a baixa no valor da gasolina está relacionada com esse percentual menor.
Essa queda também mostrou um resultado positivo nos preços das cestas básicas para o consumidor. Apesar de ser uma baixa de preços pequena, a maior parte das capitais apresentou essa baixa, com exceção de Belém, que teve um aumento de 0,27% do preço.
Se compararmos os valores deste ano, com o mesmo período do ano passado, podemos ver uma variação alta nas capitais, chegando a 12,55% em Porto Alegre e 21,71% em Recife. Já no Rio de Janeiro, a variação chega a um percentual de 7,74%.
Os dados da Dieese mostraram que, para uma família de quatro pessoas se alimentar com tranquilidade, o salário-mínimo deveria ser cinco vezes maior que o pago aos trabalhadores hoje em dia.
O estudo diz que o salário-mínimo deveria ser suficiente para manter o trabalhador e a família com suas despesas básicas, mas, com o aumento da inflação, isso não está acontecendo. Para isso acontecer, o trabalhador deveria ganhar pelo menos R$ 6.298,91.
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