Economia
Moeda brasileira foi a que mais valorizou no mercado após a vitória de Lula
Após a vitória do candidato petista, o dólar comercial presenciou uma queda e o real foi valorizado.
O segundo turno das eleições presidenciais do Brasil foi marcado pela forte competição entre os candidatos Jair Bolsonaro (PL), com 58 milhões, registrando 49,% dos votos, e Lula (PT), com 60 milhões, tendo atingido a marca de 50,9% dos votos elegíveis. Após a votação no país, a moeda brasileira foi a que mais valorizou no mercado, de acordo com a Bloomberg, e viu o dólar comercial cair e a Bolsa fechar com grandes vantagens.
Os fatores que influenciaram a valorização do real se deram pelo fato de o atual governo não contestar o resultado das eleições e, possivelmente, por ter a chance de economistas liberais participarem na linha de frente na transição do governo para 2023.
O dólar chegou a cair 2,55%, chegando a R$ 5,1654, e a Ibovespa valorizou em 1,31% dentro dos 116.037 pontos. No mês de outubro, houve uma queda de 4,24% acumulada do dólar e também foi possível observar o avanço da Ibovespa em 5,45%.
“O medo que o mercado tinha de acontecer algo depois das eleições está se dizimando aos poucos. Ele [Lula] fez um discurso muito pacificador, mas ainda não temos de fato a indicação de política econômica que ele vai adotar daqui para frente”, apontou Ubirajara Silva, gestor da Galápagos Capital.
Ainda é esperado por agentes do mercado que futuros economistas brasileiros se manifestem sobre a definição econômica do país para os próximos anos. “Havia uma preocupação com ruído institucional, e o mercado se deslocou desse tema”, apontou Roberto Padovani, economista-chefe do Banco BV.
Retorno dos fundos “verdes”
A expectativa para os investidores estrangeiros, que participam ativamente da Bolsa, após a transição do governo, é de que o mercado passe a receber um fluxo maior de investimento.
O Nordea possui cerca de 237 bilhões de euros ativos, que estão em gestão e Eric Christian Pedersen, diretor de Investimentos Responsáveis do megafundo Nordea, comentou com a coluna Capital sobre uma perspectiva do novo governo:
“Estamos otimistas com a possibilidade de retirar a quarentena sobre novos papéis do governo brasileiro. A campanha do Lula e suas promessas indicam que ele irá focar significativamente mais na preservação da Amazônia do que o atual governo. O primeiro passo vai ser reconstruir o Ibama e as demais agências. Recomendamos fortemente que isso seja feito, mas também sabemos que há grandes interesses que preferem a manutenção do status quo.”
O futuro governo também foi avaliado no mercado pelo fundo de pensão da Dinamarca, AkademikerPension, responsável por um patrimônio de US$ 17 bilhões:
“Em forte contraste com o antecessor, o presidente recém-eleito prometeu que o Brasil voltará a se empenhar em reduzir drasticamente o desmatamento. Nos últimos anos, o Brasil foi colocado em “modo compasso de espera” por alguns investidores e visto como um pária internacional, mas agora as perspectivas melhoraram significativamente”, afirmou à coluna capital Anders Schelde, diretor de investimentos da AkademikerPension.
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