Ministério da Cidadania investiga fraudes no Auxílio Brasil; entenda

Com o crescimento acelerado dos beneficiários do Auxílio Brasil no segundo semestre deste ano, a suspeita de que muitas pessoas estejam recebendo o benefício de forma ilegal foi levantada. Isso porque muitas pessoas que moram sozinhas e passaram a receber o auxílio podem já fazer parte de uma família beneficiária.

O Auxílio Brasil substituiu o Bolsa Família no final do ano passado, e desde então houve um crescimento de 11% no número de beneficiários que moram sozinhos. Esse percentual corresponde a um total de 5 milhões de pessoas a mais do que em 2021.

A suspeita é de que duas ou mais pessoas da mesma família tenham se inscrito no Cadastro Único alegando que moram sozinhas, mesmo fazendo parte da mesma família. Para isso, elas apresentaram um endereço falso, mesmo morando na mesma casa. Dessa forma, o auxílio fica dobrado ou triplicado.

É extremamente proibido omitir dados ou mesmo falsificá-los para ter mais benefícios, isso porque, além de ser contra a lei, o programa permite apenas um auxílio por família, e isso pode acabar comprometendo a inserção de pessoas necessitadas que aguardam ansiosas pelo benefício.

Diante das suspeitas, o Ministério da Cidadania anunciou que está começando a investigar as possíveis fraudes, e, caso sejam identificadas, quem estiver manipulando dados para benefício próprio terá o benefício suspendo ou até mesmo cancelado de forma imediata.

Na próxima semana, mais detalhes desta investigação devem ser divulgados, mas por enquanto a investigação segue em seu momento inicial.

O Tribunal de Contas da União já havia alertado sobre este tipo de fraude que poderia vir a acontecer e que isso poderia ocasionar um desequilíbrio entre os beneficiários, já que quem possui mais adultos em uma família poderia receber mais valores que uma família composta por um adulto e crianças pequenas.

O valor pago às famílias é de R$ 600 mensais até o final deste ano, independentemente do número de integrantes. No próximo ano ainda não se tem uma certeza de qual será o valor do benefício, já que o aumento de R$ 200 estava previsto apenas até dezembro deste ano.

Entretanto, o governo eleito está tentando encontrar uma forma de manter o valor do benefício em R$ 600 a partir de janeiro e ainda aumentar R$ 150 por criança pequena na família. Dessa forma, sim, algumas famílias receberiam valores diferentes das outras, mas por enquanto o benefício é igualitário.