CVC beneficia margens em detrimento de crescimento para superar crise

A CVC focará em manter margens operacionais em vez de em crescimento, à medida que batalha para sobreviver aos efeitos da pandemia e de fraudes contábeis, afirmou esta quinta-feira o presidente da companhia de turismo, que foi beneficiada pelas perdas de rivais menores também devido à crise.

“Já estamos ganhando market share. A margem (operacional) agora é mais importante do que crescimento”, afirmou  Leonel Andrade a analistas e investidores.

Horas antes, a empresa divulgou com atraso o balanço do primeiro trimestre, reportando prejuízo de 1,15 bilhão de reais contra lucro de cerca de 50 milhões no mesmo período de 2019, resultados que refletem os efeitos da pandemia e as distorções contábeis.

As vendas da CVC atualmente estão em cerca de 45% do que eram um ano atrás, e cerca de 90% de suas lojas físicas retomaram as atividades conforme aumenta a flexibilização das medidas de isolamento social, disse Andrade.

No ano, a ação da CNV acumula queda maior do que 60%, e nesta quinta-feira recuava 2,5% às 15:30, enquanto o Ibovespa tinha alta de 0,2%.

A partir de março, a pandemia quase zerou as atividades de turismo no mundo todo, e a empresa, que já vinha sofrendo pressão após a revelação de fraudes contábeis, ficou em uma situação ainda pior.

Há uma “incerteza relevante ligada à continuidade operacional” cujos planos “consistem substancialmente em realização de aumento de capital e negociação com os debenturistas para repactuação dos vencimentos previstos para 2020”, apontou a KPMG em relatório sobre o balanço da companhia.

Sobre isso, Andrade afirmou que uma revisão estratégica de negócios da CVC contratada para a consultoria McKinsey deve terminar em novembro. Nesse meio tempo, a empresa negocia uma repreficação de dívidas sob condições de mercado com seus credores.