Saúde
Risco oculto: Consumo de alimentos ultrapassados acelera câncer
A pesquisa analisou mais de 500 mil pessoas por mais de 1 década e o resultado impressiona. Confira a matéria e saiba mais!
Recentemente, um estudo publicado na revista científica The Lancet Planetary Health descobriu que o consumo de alimentos processados ou ultraprocessados está relacionado a um maior risco de desenvolvimento de 25 tipos de câncer em diferentes partes do corpo.
O mais impressionante é que o resultado do estudo afirmou que a substituição de 10% da ingestão diária desses produtos por alimentos in natura e não processados, como frutas, verduras e legumes, pode reduzir os riscos para as doenças. Entenda como funcionou!
Ingestão de alimentos ultraprocessados e risco de câncer
Com base em dados de uma pesquisa europeia chamada Epic, o estudo foi conduzido pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) e ainda, pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
O estudo acompanhou mais de 500.000 pessoas em 23 centros de 10 países europeus por mais de uma década, de março de 1991 a julho de 2001. Eles dividiram os participantes em quatro grupos, conforme a quantidade diária média de consumo de grupos de alimentos.
O primeiro grupo analisado pelos pesquisadores conduziram uma dieta quase 77% composta por produtos in natura, e menos de 5% de alimentos ultraprocessados.
No segundo e no terceiro grupo, a proporção de alimentos in natura diminuía gradualmente, mas a de alimentos ultraprocessados aumentava.
No quarto grupo, 63% da dieta era composta por produtos in natura, enquanto 25,3% era de alimentos ultraprocessados.
A pesquisa comparou os quatro tipos de dietas, dos 521.324 participantes, 450.111 foram incluídos na análise final e 47.573 foram diagnosticados com alguma das doenças e acompanhados até 2013. O que permitiu dar maior concretude nos resultados.
Os riscos avaliados foram de desenvolvimento de 25 tipos de câncer, incluindo:
- Estômago (dois tipos), cólon, reto, fígado, cabeça e pescoço, esôfago (adenocarcinoma e esquamoso), vesícula, pâncreas, tireoide, mieloma múltiplo, pulmão, rins, bexiga, glioma (medula e cérebro), melanoma, cervical, endometrial, ovário, próstata, leucemia, linfoma não-Hodgkin e mama.
Fernanda Rauber, pesquisadora do Nupens e uma das autoras do estudo, aponta que uma das vantagens do trabalho em relação aos ensaios clínicos randomizados é a sua longa duração, que possibilita a avaliação de associações entre consumo alimentar e risco de doenças.
Segundo a pesquisadora, é mais difícil, se não impossível, medir essa associação em um ensaio randomizado com o desfecho provável de câncer.
Mudanças de hábitos alimentares podem reduzir o câncer
Nathalie Kliemann, primeira autora do estudo e pesquisadora da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer da Organização Mundial da Saúde (OMS), acrescenta que os resultados destacam a importância da mudança de hábitos alimentares para reduzir o risco de câncer.
No entanto, ela ressalta a necessidade de uma mudança de perspectiva da nutrição individualizada para uma abordagem de saúde pública coletiva.
Substituir 10% do consumo diário de alimentos processados ou ultraprocessados por alimentos in natura ou minimamente processados, segundo a classificação da Nova de 2009, pode reduzir o risco de desenvolvimento de câncer.
Essa constatação tem impacto direto no desenvolvimento de políticas públicas de promoção de saúde, pois não é justo culpar apenas o indivíduo, uma vez que existe todo um sistema por trás dessas escolhas.
As pesquisadoras destacam que o Brasil tem avançado significativamente em relação às políticas de alimentação, mas alertam que o consumo de alimentos ultraprocessados vem aumentando gradativamente no país nos últimos anos.
Quais são os alimentos ultrapassados?
O estudo afirma que existe uma classificação para medir o nível de processamento do alimento, diferente em 5 níveis: in natura, minimamente processados, ingredientes culinários, processados e ultrapassados.
Os últimos alimentos estão associados aos riscos à saúde, citado no texto. Quais são eles?
- doces e chocolates;
- sorvetes;
- salgadinhos;
- produtos congelados e prontos para consumo como nuggets, salsichas, pizzas congeladas etc;
- refrigerantes;
- bolachas;
- guloseimas;
- cereais matinais;
- sopas e macarrões instantâneos;
- iogurtes e bebidas lácteas adoçadas;
- pães de forma e pães doces industrializados;
- caldos prontos com sabor de frango, legumes e carne;
- bebidas energéticas;
- achocolatados;
- maionese e outros molhos prontos.

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