Cartão Nubank pode ser afetado por nova medida do governo

Quando alguém não quita todo o valor da fatura do cartão de crédito quando chega a data de vencimento, há o famoso juros do rotativo. Esse é um valor calculado sobre a quantia que ficou em aberto, no caso, a diferença entre o total da fatura e o valor pago.

No entanto, os juros do rotativo é um dos maiores de todo o mercado, podendo variar conforme a instituição financeira, o perfil de cliente e o histórico de pagamento. Agora, o Governo Federal está buscando maneiras para controlar esse percentual.

Acontece que a ideia do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não está agradando os executivos dos bancos, já que ele alegou que o Governo Federal pretende montar um grupo de estudos para limitar a cobrança desses juros, em algo por volta de 8% ao mês.

O próprio presidente e fundador do Nubank, David Vélez, disse que muitos de seus clientes poderiam acabar sem a ferramenta de crédito da instituição, tendo em vista que esse tipo de operação não seria mais rentável para o banco.

Grupo de estudos para o juros do rotativo

A ideia de formar esse grupo surgiu depois do ministro da Fazenda ter se reunido com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e demais representantes de instituições financeiras privadas, como Cristina Junqueira, CEO do Nubank.

No entanto, a intenção de fazer o mesmo que foi feito com o crédito consignado, ou seja, estabelecer um teto menor para o limite de juros, pode não ser frutífera – assim como foi o caso do consignado, que só fez gerar mais confusão inicialmente – e prejudicial aos clientes dos bancos.

No momento, grande parte das dívidas dos mais de 70 milhões de inadimplentes no Brasil são relacionadas ao cartão de crédito. Além disso, o Banco Central informou na quarta-feira, 26, que a taxa de juros do rotativo de março foi a maior desde 2017, sendo 430,5%.