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Momento ruim: Grupo Renner enfrenta crise, fecha 20 lojas e dívida cresce

Empresa enfrenta dificuldades para elevar as vendas e conter taxa de inadimplência. Apesar de tudo, otimismo segue existindo entre executivos.

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A companhia Lojas Renner enfrenta momento difícil, financeiramente falando. Só no primeiro trimestre deste ano,  foram fechadas 20 lojas de marcas pertencentes ao grupo, além da ocorrência de uma série de demissões.

O comando da empresa admitiu que cometeu alguns de análise e teve um período complicado de março a abril. O resultado foi pior do que o esperado.

O grupo segue analisando a rentabilidade das operações e o desempenho das lojas. As 20 unidades que foram fechadas deverão ser absorvidas por outras. A intenção, com isso, é gerar maior eficiência, reduzir custos e aumentar as vendas por metro quadrado.

Maioria era da Camicado

Das 20 lojas fechadas, 13 eram da Camicado, quatro da Renner e três da Youcom. Esse resultado está ligado ao fato de que a demanda por produtos do segmento casa e decoração registrou uma queda acentuada após a pandemia.

O diretor financeiro do grupo, Daniel dos Santos, explicou que o movimento nas lojas da Camicado não voltou e também não dava indícios de que seria retomado.

A quantidade de demissões gerada pelos fechamentos não foi divulgada. A única informação a respeito é que parte dos trabalhadores foi realocada e parte deixou a empresa.

Previsão de inaugurações e mais despesas

Apesar dessa situação, o grupo mantém a previsão de inauguração de 15 a 20 lojas Renner no decorrer deste ano. Desse total, 75% serão abertas em novas praças, sendo de 10 a 15 da marca Youcom e cinco da Ashua.

Em relação às despesas, a perspectiva segue complicada. A companhia informou que deve registrar dívidas mais altas no segundo trimestre, em razão do novo centro de distribuição, que funciona em Cabreúva (SP).

De janeiro a março deste ano, as dívidas com vendas, questões gerais e administrativas subiram 8,8%, enquanto a receita líquida subiu apenas 2,2%.

O contexto é delicado, mas o otimismo continua existindo. A Renner avalia que conseguirá fechar o ano com alta ligeira da margem bruta de lucro, por causa dos resultados que, geralmente, melhoram no segundo semestre.

Inadimplência em alta

Entre todas as questões com as quais o grupo está lidando, uma das que tem efeito direto no rendimento é o índice de inadimplência dos clientes. Segundo a empresa, a taxa segue alta e já não tem mais a ver com a pandemia.

A quantidade de contas em atraso, com mais de 90 dias, subiu 0,8%. Da carteira total, o volume de vencidos aumentou de 22,1% de janeiro a março de 2022 para 28,3%, no mesmo período deste ano. A perda líquida foi de 3,5% para 5,6%.

As despesas financeiras do grupo caíram no trimestre, mas o resultado líquido foi afetado diretamente pela taxa Selic e acabou piorando. O quadro registrado em 2022, com R$ 17 milhões positivos, foi para R$ 15 milhões negativos neste ano.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), com especialização em Comunicação Digital, e que trabalha há 14 anos como repórter e redator

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