Fundos Imobiliários - FII's
Com rentabilidade negativa, FIIs são opção de investimento no longo prazo
‘Baratos’ atualmente, fundos de investimentos imobiliários são alternativa para montagem de carteiras
Duramente depreciados – retorno médio negativo de 0,11% em 2022 e recuo de 9,5%, medido pelo o Índice de Fundos Mobiliários (IFIX), nos últimos três anos – por conta de juros elevados (Selic a 13,75% ao ano), que direcionaram os investidores para a renda fixa, os fundos de investimentos imobiliários (FIIs) iniciaram o ano ‘andando de lado’ (queda de 0,86% em janeiro corrente), como se diz no jargão econômico, mas podem se converter em alternativa rentável e atraente, mas somente no longo prazo, apontam analistas.
Como estão ‘baratos’, tais fundos representam uma oportunidade ‘ímpar’ para que se monte uma carteira de investimentos com esse perfil alongado, já citado, uma vez que os FIIs apresentam uma função de ‘bear market’.
No entanto, não são poucos os fatores determinantes para a queda livre de tais fundos, a começar pela pandemia do coronavírus, crise sanitária que potencializou a aversão ao risco, além de impactar negativamente, por tabela, ativos de renda variável.
Uma vez superada essa fase acíclica, chegou a vez dos juros altos, turbinados pelo Banco Central (BC) – de 2% em setembro de 2021 para 13,75%, em março do ano passado – a título de combater a inflação crescente. A iniciativa da autoridade monetária praticamente eliminou qualquer vestígio de atratividade dos FIIs, automaticamente preteridos dos investidores. Por fim e ainda exercendo influência adversa sobre esse segmento, veio a elevação do risco fiscal, juntamente com a transição para o novo governo do país
Dessa forma, também ‘jogam contra’ os FIIs as sinalizações recentes do governo Lula, no sentido de ampliar os gastos federais, o que serve para estender, por tempo indefinido, a perspectiva macroeconômica de continuidade do atual quadro de inflação alta e juros idem, isto é, um viés negativo para esses fundos.
Par o analista da Ágora Investimentos. Wellington Lourenço, “essa classe de ativos tem uma correlação direta com as taxas de juros. Quando a Selic está alta, o investidor acaba preterindo os FIIs em relação à renda fixa”, acrescentando que “esse mercado composto majoritariamente por pequenos investidores, mais suscetíveis a migrar investimentos para renda fixa quando os juros sobem”.
“Uma recuperação mais consistente dos FIIs passa diretamente por uma melhora no cenário de juros. Enquanto o BC não começar a cortar juros, continuará difícil para uma retomada do investidor pessoa física”, arremata o analista da Ágora Investimentos. Segundo o Boletim Mensal da B3 de novembro de 2022, o mercado de fundos imobiliários conta com 1,97 milhão de investidores, dos quais 74,1% (1,46 milhões) são pessoas físicas.
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