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Microsoft quebra Google Chrome de propósito para incentivar uso do Edge

A gigante de tecnologia começou a complicar a vida de usuários que configuram o navegador concorrente como padrão. Situação gerou críticas.

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Usuários de computadores com Windows já devem ter percebido como a Microsoft incentiva a todo momento o uso do Edge, navegador padrão desenvolvido pela empresa. Essa investida, no entanto, pode estar passando do ponto.

Uma atualização recente do sistema operacional começou a atrapalhar a vida de quem utiliza o Google Chrome, navegador tido como o principal concorrente da companhia.

A situação foi descoberta após investigação do Gizmodo. A versão KB5025221 do Windows 10, liberada em abril, apresentou um comportamento estranho para uso corporativo. O mesmo ocorria nas atualizações KB5026039 do Windows 11 22H2 e KB50225224 do Windows 11 21H2.

O que aconteceu?

Agora, toda vez que o usuário executa o Chrome, o Windows abre a página de aplicativos padrão. Essa situação só ocorre quando o navegador do Google está configurado como padrão pelo usuário.

Além disso, após averiguar outros casos, como o Firefox, os investigadores descobriram que essa situação só tem acontecido com o Chrome. A intervenção é tão nítida que se o usuário renomear o navegador, ela para de acontecer.

No caso de uso doméstico, a configuração para tornar o Google Chrome como navegador padrão parou de funcionar. E, novamente, isso não acomete outros modelos, como o Firefox.

O que diz a Microsoft?

A Microsoft foi procurada para comentar o caso e enviou apenas um link para a publicação que explica as novas políticas para fixar apps na barra de tarefas e mudar programas padrão.

O que chama a atenção no texto é o fato de que ele promete facilitar a vida de desenvolvedores, com um novo esquema para direcionar usuários para a página certa das configurações. Na prática, a história parece um pouco diferente.

Já o Google apenas confirmou a situação, sem dar mais detalhes. A saída encontrada pela empresa foi remover o botão que ativa o Chrome como navegador padrão e, ao fazer isso, o problema parece ter sido solucionado.

Em abril, navegadores concorrentes já vinham sofrendo com lentidão e problemas em ferramentas de segurança, enquanto o Microsoft Edge funcionava normalmente.

Investidas anteriores

Essa não é a primeira vez que a Microsoft age para forçar os usuários a utilizarem o Edge. Nos primeiros meses do Windows 11, se a pessoa optasse por utilizar outro navegador, era preciso mudar todas as extensões de arquivo e protocolos associados.

A lista era extensa, com HTM, HTML, PDF, SVG, WEBP, HTTP e HTTPS, entre muitos outros. Após muitas críticas, a empresa recuou.

Em outro momento, ao buscar pelo Chrome no Windows 10, os resultados incluíam o Edge como app recomendado. Dessa vez, no entanto, a situação não acometia apenas o navegador do Google, mas ocorria também com os demais.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), com especialização em Comunicação Digital, e que trabalha há 14 anos como repórter e redator

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