Automobilística
Por que o Uno saiu de linha e o Mobi continuou? Saiba os motivos da Fiat
Percalços econômicos e tendências da indústria automobilística estão por trás do movimento que levou ao fim da produção do Uno no Brasil.
Estava tudo certo para que o Fiat Uno continuasse progredindo no Brasil, com o lançamento de uma nova geração do carro, mas aí veio a pandemia, que não mudou só as nossas vidas como mudou, também, a indústria automobilística.
A Fiat já havia acertado a chegada da terceira versão do carro – a primeira foi lançada em 1984 e a segunda em 2010. Os efeitos econômicos gerados pela pandemia, no entanto, fizeram a montadora repensar a estratégia.
O projeto Uno acabou sendo deixado de lado, diante da redução brusca das vendas. Vale citar que o modelo já vinha perdendo espaço e competindo com o Mobi, desde 2016. Apesar de ser um dos queridinhos do Brasil e velho conhecido do mercado nacional, não restou outra alternativa para a Fiat em relação ao Uno.
A montadora preferiu privilegiar o novo subcompacto. A aposta foi alta e o carro chegou a enfrentar alguns percalços de posicionamento, demorando a atrair o interesse da massa de consumidores. Isso ficou tão nítido que o Mobi precisou ser reformulado e contar com o fim do Uno para, enfim, fazer sucesso de verdade.
Crise geral
No fim das contas, foi como se estivessem retirando o mais velho para garantir a sobrevivência do mais novo. Fora isso, a pandemia e a crise de componentes veiculares terminaram de sacramentar o processo.
Em 2021, o Uno perdeu as versões Way 1.0 e 1.3, ficando apenas com a Attractive 1.0. E para finalizar, a Fiat chegou a lançar uma série especial de despedida, com o Uno Ciao, mas somente 250 unidades foram disponibilizadas para venda.
Superior, mas é melhor parar
Que o Uno é superior ao Mobi, iso não é segredo para ninguém. A decisão de engavetar o projeto e retirá-lo de linha foi motivada, basicamente, por dois motivos:
- por ser um carro de porte menor, ele competia dentro da empresa com o Fiat Argo;
- e o seu custo de produção era mais alto do que o Mobi.
Em termos gerais, o Uno exigia mais vidro, mais chapa, plástico e borracha para ser feito. Ele era um carro de 3,820 m, enquanto o Mobi mede apenas 3,596 m.
A diferença de 22,4 cm pode parecer mínima, mas já é o suficiente para gerar um custo enorme na indústria automobilística. Os gastos com matéria-prima, quando se trata de produção em larga escala, acaba gerando uma soma considerável.
Ideia antiga
Vale citar, ainda, que a sugestão de retirar o Uno para prestigiar o Mobi já havia sido cogitada em 2016. Naquela ocasião, a marca Uno já apresentava certo desgaste, enquanto os executivos da Fiat estavam animados com o Mobi.
Em se tratando de custos e política de marketing, os gastos seriam muito mais altos para reinventar e melhorar a marca Uno do que criar uma nova, como a Mobi.
Hoje, o Fiat Mobi é o 5º carro mais vendido do Brasil. Ao lado do Renault Kwid, ele disputa o topo do ranking dos carros mais baratos do mercado.
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