Saúde
Alzheimer pode ter pista escondida no intestino
A relação entre o microbioma intestinal e a saúde do cérebro é um campo de pesquisa em crescimento, e um estudo recente está lançando luz sobre a conexão entre o intestino e a doença de Alzheimer.
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva, sendo a forma mais comum de demência, geralmente afetando pessoas mais velhas, embora casos mais raros ocorram em idades mais jovens.
Caracteriza-se por uma acumulação anormal de proteínas no cérebro, levando à morte das células cerebrais e ao encolhimento do órgão.
Os sintomas iniciais do Alzheimer incluem esquecimento de informações recentes, desorientação no tempo e espaço, dificuldade em realizar tarefas cotidianas e alterações na personalidade.
Nos últimos anos, estudos sobre o microbioma destacam o papel crucial das bactérias e fungos que coexistem no corpo humano na manutenção da saúde.
Entenda melhor nova descoberta!
Nova pesquisa sugere que esses micro-organismos podem ter um impacto significativo na doença de Alzheimer. Conforme um estudo recente publicado na revista científica Brain, animais que receberam um transplante de microbiota fecal de pacientes com Alzheimer desenvolveram sintomas condizentes com essa condição.
“Os testes de memória que exploramos têm sua base na promoção do crescimento de novas células nervosas na região do hipocampo cerebral“, afirma Yvonne Nolan, orientadora e autora principal do estudo.
Foi observado que animais que receberam as bactérias intestinais de pessoas com Alzheimer tiveram menor produção de novas células nervosas e experimentaram déficits de memória.
Pesquisas anteriores já indicaram que os trilhões de microrganismos que habitam o intestino podem influenciar distúrbios neurológicos. No entanto, este é o primeiro estudo a apresentar evidências de uma possível relação causal entre o microbioma intestinal e o desenvolvimento da doença de Alzheimer.
Se essa descoberta for confirmada por estudos subsequentes, o microbioma poderá ter um papel importante no diagnóstico precoce e no tratamento dessa condição.
Para conduzir essa pesquisa, os cientistas recrutaram pacientes com Alzheimer e indivíduos saudáveis de idade semelhante. Em seguida, as fezes dos participantes foram coletadas e transplantadas para ratos estéreis, ou seja, que não possuíam um microbioma estabelecido.
Os resultados revelaram que os animais que receberam amostras de pacientes com Alzheimer tiveram uma redução na produção de neurônios em uma região do cérebro relacionada à memória, em comparação com os animais que receberam as bactérias de pessoas saudáveis.
Infelizmente, o Alzheimer ainda não tem cura, mas existem tratamentos que podem ajudar a gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas. A pesquisa sobre o Alzheimer está em andamento, com o objetivo de encontrar tratamentos mais eficazes e, eventualmente, uma cura para essa doença devastadora.
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