Commodities
Adiamento de reunião da Opep+ e incertezas sobre cortes ‘derrubam’ petróleo
Enquanto tipo WTI caiu 0,86% a US$ 77,10 o barril, tipo Brent baixou 0,59% a US$ 81,96 o barril
Em que pese o adiamento, por quatro dias, da reunião da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados), a princípio, prevista para o próximo domingo (26), as cotações futuras do petróleo exibiram queda, na sessão desta quarta-feira (22). A prorrogação levantou dúvidas em relação à capacidade de coordenação dos cortes de produção pela organização, com vistas a forçar o aumento do preço da commodity. Por tabela, o fortalecimento do dólar também pesou nas cotações.
Como resultante, o tipo WTI (referência ianque), negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex), fechou a sessão com recuo de 0,86% (-US$ 0,67), a US$ 77,10 o barril, ao passo que o tipo Brent (referência global), negociado na Intercontinental Exchange (IE), encerrou as negociações com queda de 0,59% (-US$ 0,49), a US$ 81,96 o barril.
De acordo com informações de delegados da entidade, o adiamento da reunião, que trataria dos níveis de produção para o próximo ano, decorreria de um desentendimento entre a Opep e Angola e Nigéria, maiores produtores africanos. Em junho último, os países citados entraram em conflito com a Arábia Saudita, maior produtor do grupo, por discordarem do nível de produção desta.
O recuo das cotações do insumo energético, para o analista da Oanda, Craig Erlam, reflete a percepção de traders de que poderá não ocorrer o acordo total sobre a escala de cortes na produção em 2024. “O grupo conseguiu restringir o mercado com sucesso ao longo do último ano, empurrando os preços muito para cima no processo, mas talvez a aliança não seja tão unificada quando se trata de mantê-los em funcionamento”, completa Erlam.
Ao mesmo tempo, nos Estados Unidos, os estoques de petróleo do país aumentaram 8,7 milhões de barris, na semana passada, revelou o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês), ante à previsão de 100 mil barris, por analistas consultados pelo Wall Street Journal.
No plano geopolítico, o destaque do noticiário é a aprovação, por Israel, de um acordo com o grupo terrorista Hamas, que prevê um cessar-fogo de quatro dias para libertação de 50 reféns da Faixa de Gaza. A trégua temporária, porém, não muda a intenção israelense de eliminar o Hamas.
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