Gol recebe aprovação do tribunal de falências de NY

Ontem, a Gol (GOLL4), companhia aérea brasileira, recebeu a aprovação do Tribunal de Falências do Distrito Sul de Nova York, nos Estados Unidos, para realizar a reestruturação financeira legal da empresa.

A autorização permite que a Gol acesse US$ 950 milhões do financiamento na modalidade “devedor em posse” (DIP), concedido à empresa.

A busca pela aprovação final para receber integralmente o financiamento ocorrerá em uma audiência nas próximas semanas.

Vale lembrar que no dia 25 a aérea anunciou ter entrado com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, alegando que essa medida se faz necessária para angariar capital e reorganizar suas finanças.

A empresa destaca que as aprovações obtidas durante a audiência inicial do Tribunal dos Estados Unidos garantem a continuidade das operações normais da Gol durante o processo.

Com essa aprovação, a Gol assegura o cumprimento de todos os compromissos com parceiros de negócios e fornecedores de bens e serviços a partir da data de início do processo, além do pagamento dos salários aos colaboradores.

• A ação GOLL4 derreteu 33,6% na Bolsa brasileira, ontem.

“Ao ter acesso aos recursos, a Gol manterá sua oferta de voos seguros e serviços confiáveis a baixo custo, proporcionando a melhor experiência de viagem aos clientes. Os clientes podem continuar a planejar suas viagens e voar como de costume, incluindo a utilização de passagens e vouchers, bem como a compra e utilização de milhas acumuladas por meio do Programa de Fidelidade Smiles. Da mesma forma, os acordos de codeshare e interline da Gol permanecem disponíveis aos clientes”, informou a empresa em comunicado.

Gol (GOLL4)

A empresa brasileira Gol Linhas Aéreas (GOLL4), fundada em 2000 e especializada em voos nacionais e internacionais, adota um modelo de negócios de baixo custo, visando atender à demanda interna e possibilitar que mais brasileiros viajem. No entanto, a empresa tem enfrentado desafios financeiros, agravados pela pandemia de coronavírus que atingiu o país em fevereiro de 2020.

Entre os principais credores destacam-se o banco americano BNY Mellon, o Comando da Aeronáutica, a Vibra (VBBR3) e a Boeing. O processo de reestruturação da Gol abrange não apenas a Smiles, mas também subsidiárias e segmentos da empresa que vão além do transporte de passageiros. Isso inclui unidades financeiras como a Gol Finance (localizadas em Luxemburgo e em Cayman), a GAC voltada para logística, e os fundos de investimento exclusivos Airfim e Fundo Sorriso. O processo também envolve o escritório de advocacia Milbank e uma consultoria.

O passivo total ultrapassa os R$ 20 bilhões. Em resposta a esse cenário, a agência de classificação de risco S&P rebaixou o rating da Gol de CCC- para D, enquanto a XP suspendeu sua recomendação e preço-alvo para as ações da companhia. Desde o início do processo de recuperação judicial, a Gol registrou uma perda de R$ 179,31 milhões em valor de mercado.