Economia
Fenômeno natural se aproxima do Brasil e pode prejudicar agricultura
Fenômeno se caracteriza pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico.
Uma análise feita pela Argus, empresa que se dedica a relatórios e análises de preços para vários mercados, mostrou que o fenômeno climático La Niña está prestes a causar um impacto significativo na agricultura brasileira.
La Niña é conhecido por impactar padrões de temperatura e precipitação. Por isso, o fenômeno deve afetar as colheitas de soja e trigo no Brasil a partir do segundo semestre do ano.
Agricultura brasileira pode ser impactada por chegada do fenômeno – Foto: Canva/Reprodução
Entenda a La Niña
O fenômeno se caracteriza pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico e já está em desenvolvimento, segundo modelos meteorológicos.
As temperaturas nas áreas costeiras do Equador e do Peru estão abaixo do normal, indicando a transição para o evento.
No entanto, as regiões centrais do Pacífico ainda apresentam características do El Niño, outro fenômeno natural, que começou a se dissipar em meados de maio.
Após isso, espera-se um período de neutralidade de dois a três meses antes que o La Niña se estabeleça oficialmente.
Impactos da La Niña
Acredita-se que a La Niña se estabeleça por volta de agosto, a tempo de influenciar o plantio da safra 2024/25 de soja no Brasil.
Tal fenômeno pode atrasar o início da temporada de chuvas no Centro-Oeste, a principal região produtora de soja do país.
Normalmente, a época de plantio começa em meados de setembro, mas um período seco que se estende até novembro pode forçar muitos agricultores a adiar o plantio ou enfrentar riscos de perdas de produtividade nas primeiras áreas semeadas.
Quanto ao trigo, a expectativa é que La Niña também afete as janelas de plantio em 2024, embora seja necessário mais monitoramento e análises detalhadas para entender o impacto específico.
Outros fenômenos
Além da La Niña, outros fenômenos climáticos também têm impactado significativamente o clima e a agricultura mundial ao longo dos anos.
Um exemplo é o El Niño, caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico.
O fenômeno consegue causar secas severas em algumas regiões e inundações em outras, afetando drasticamente a produção agrícola.
No Brasil, no período entre 2015 e 2016, o El Niño provocou fortes chuvas no Sul e uma seca intensa no Nordeste, prejudicando o cultivo de milho e feijão.
Outro fenômeno é o dipolo do Oceano Índico, que são variações na temperatura da superfície do mar entre as regiões ocidental e oriental do Oceano Índico.
Em 2019, um evento positivo desse dipolo levou a chuvas acima do normal na África Oriental, causando inundações, enquanto a Austrália enfrentava seca severa e incêndios florestais devastadores.
Também há o fenômeno das oscilações do Atlântico Norte, que influencia o clima na Europa e na América do Norte.
Durante o inverno de 2009 a 2010, uma fase negativa dessa oscilação resultou em nevascas intensas e temperaturas extremamente baixas nos Estados Unidos e na Europa.
Tais eventos demonstram como as variações climáticas globais podem ter impactos profundos e diversificados em diferentes partes do mundo, destacando a importância do monitoramento e da adaptação na agricultura.
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