SUS oferece 2 novos remédios contra doença falciforme

O Ministério da Saúde anunciou recentemente a inclusão de dois novos medicamentos no Programa Farmácia Popular do Sistema Único de Saúde (SUS), voltados para o tratamento da doença falciforme.

Essa condição hereditária, que afeta principalmente a população negra, terá agora um reforço significativo com a disponibilização gratuita de alfaepoetina e hidroxiureia.

Fique por dentro de tudo sobre a doença falciforme, novos medicamentos disponíveis pelo programa do governo e como eles contribuirão para a saúde dos pacientes.

SUS libera novos medicamentos contra doença falciforme; veja quais e como obtê-los – Imagem: RHJPhtotos/Shutterstock

O que é a doença falciforme?

Trata-se de uma condição genética caracterizada pela produção anormal de hemoglobina, a proteína responsável pelo transporte de oxigênio no sangue.

As hemácias, que deveriam ser redondas e flexíveis, tornam-se rígidas e em forma de foice, dificultando a circulação sanguínea e causando diversos sintomas e complicações.

Sintomas e complicações

Os principais sintomas incluem dores intensas (crises falciformes), anemia, infecções frequentes, problemas de visão e complicações nos órgãos, devido à obstrução dos vasos sanguíneos.

A enfermidade afeta predominantemente pessoas negras, com alta incidência de diagnósticos e mortalidade entre essa população.

Alfaepoetina e hidroxiureia: novos medicamentos disponíveis

Alfaepoetina

A alfaepoetina é um medicamento essencial para pacientes com doença falciforme que apresentam declínio na função renal e anemia agravada.

Tal medicamento estimula a produção de glóbulos vermelhos, ajudando a combater a anemia e a melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Hidroxiureia

A hidroxiureia será disponibilizada em duas dosagens distintas: 100 mg para pacientes a partir de 9 meses de idade e 500 mg para crianças de 9 a 24 meses que não apresentam sintomas ou complicações.

O medicamento é conhecido por sua capacidade de reduzir a frequência e a gravidade das crises de dor, além de diminuir a necessidade de transfusões sanguíneas e hospitalizações.

Melhora da saúde de mulheres negras

Carlos Gadelha, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Sectics), destacou a relevância da inclusão desses medicamentos no SUS.

Ele enfatizou que aproximadamente 80% dos diagnósticos de anemia falciforme estão relacionados à população negra, sendo 52% desses em mulheres.

A disponibilização gratuita de tais medicamentos é um grande avanço no tratamento da doença, especialmente em uma semana que celebra o Dia Internacional das Mulheres Negras Latino-Americanas e Caribenhas.

A expectativa é que os medicamentos estejam disponíveis para a população em até 180 dias após a incorporação ao SUS.

Esse prazo permitirá que o sistema de saúde se organize para fornecer os remédios de forma eficaz a fim de beneficiar pacientes em todo o país.

Tratamentos atuais para doença falciforme

Além da alfaepoetina e da hidroxiureia, o tratamento da doença falciforme inclui a administração de analgésicos para o controle da dor, antibióticos para prevenir infecções, transfusões de sangue e, em casos mais graves, o transplante de medula óssea.

A inclusão de novos medicamentos no Programa Farmácia Popular é um passo significativo na melhoria da qualidade de vida dos pacientes com doença falciforme.

Com tratamentos mais acessíveis e eficazes, espera-se uma redução nas complicações e uma melhor gestão da doença.