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MEI

Renda média de quem é MEI no Brasil: valor divulgado surpreende!

Dados foram levantados pelo IBGE.

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Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) trouxe à tona dados alarmantes sobre a realidade dos Microempreendedores Individuais (MEIs) no Brasil.

De acordo com a pesquisa, divulgada no dia 21 de setembro de 2023, o país contava com 14,6 milhões de MEIs em 2022, sendo que uma parte significativa desse grupo vive em condição de vulnerabilidade econômica, refletida em sua baixa renda mensal.

Cenário dos MEIs no Brasil

A pesquisa revelou que 28,4% dos MEIs estavam inscritos no Cadastro Único, uma plataforma destinada a identificar e registrar famílias em situação de pobreza e extrema pobreza.

Desse total, 2,1 milhões de microempreendedores receberam o Auxílio Brasil, um programa que visa oferecer suporte financeiro a famílias de baixa renda, semelhante ao antigo Bolsa Família.

Esse dado ressalta a frágil posição econômica desses empreendedores, que, apesar de possuírem uma empresa, não conseguem assegurar uma renda que os retire da miséria.

Os números se tornam ainda mais desesperadores quando se observa a renda mensal desses MEIs. Surpreendentemente, mais de 4 milhões de microempreendedores têm uma renda familiar que não ultrapassa meio salário-mínimo por pessoa.

Esse critério de renda é uma das condições para a inscrição no Cadastro Único. Para um MEI, que pode faturar até R$ 81 mil por ano, a realidade financeira de muitos desses empreendedores indica que seus negócios não são suficientes para prover uma base econômica estável.

Os estados da Bahia, Ceará e Sergipe estão entre os que apresentaram os maiores percentuais de MEIs inscritos no Cadastro Único, totalizando 40% dos empreendedores nessas regiões que buscam ajuda do governo.

Tal concentração de microempreendedores em busca de segurança financeira é um sinal claro da desigualdade social que permeia essas áreas.

28,4% dos MEIs se inscreveram para receber auxílio do governo – Imagem: reprodução

Trabalhos formais e informais

A mesma pesquisa do IBGE revelou que 18,8% das pessoas com carteira assinada no Brasil eram MEIs, o que sugere que muitos microempreendedores mantêm um emprego formal, usando suas empresas como uma fonte adicional de renda.

Além disso, apenas 133,8 mil empreendedores, ou seja, menos de 1% do total, tinham ao menos um funcionário com carteira assinada, isso demonstra um baixo nível de formalização dentro do próprio sistema de microempreendedorismo.

Outro dado relevante é que 60,7% dos MEIs registrados em 2022 foram desligados de seus trabalhos anteriores, seja por decisão do empregador ou por justa causa.

Isso aponta para um quadro de instabilidade no mercado de trabalho, em que muitos buscam no MEI uma saída para a precarização do trabalho formal.

Os dados apresentados pelo IBGE são um chamado à ação para políticas públicas mais eficazes que possam realmente empoderar os microempreendedores individuais.

A realidade do MEI no Brasil traz à tona a necessidade de uma reavaliação das condições econômicas que cercam esses pequenos empresários, que, mesmo com a formalização de suas atividades, continuam a enfrentar dificuldades para garantir uma renda digna e sustentar suas famílias.

Formada produtora editorial e roteirista de audiovisual, escrevo artigos sobre cultura pop, games, esports e tecnologia, além de poesias, contos e romances. Mãe de três curumins, dois cachorros e uma gata, também atuo ativamente em prol à causa indígena no Brasil.

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