Nubank lança maior campanha de renegociação da sua história

O Nubank anunciou o lançamento da maior campanha de renegociação de dívidas de sua história. Batizada de “Recomeço”, a ação poderá beneficiar até 6 milhões de clientes do banco digital, oferecendo descontos de até 99,9% por tempo limitado. A fintech informou que os correntistas elegíveis receberão notificações personalizadas diretamente no aplicativo com os detalhes das propostas e próximos passos.

“Estamos comprometidos em fornecer soluções personalizadas com as melhores condições possíveis, contribuindo para a saúde financeira de longo prazo”, afirmou Livia Chanes, CEO do Nubank no Brasil, em comunicado à imprensa.

Segundo o banco, o programa é voltado a clientes com bom histórico de crédito e engajamento com a plataforma. A iniciativa acontece em meio a um cenário desafiador para o setor de crédito no Brasil, o que tem gerado cautela por parte dos analistas.

Análise do Citi

O Citi, por exemplo, vê a ação como um reflexo do momento delicado. Em relatório assinado por Gustavo Schroden, a instituição aponta que o programa “reforça a tese de que as condições do ciclo de crédito no Brasil sugerem cautela à frente, principalmente quanto à qualidade dos ativos”. O banco norte-americano manteve recomendação de venda para o papel do Nubank (ROXO34), com preço-alvo de US$ 10,55 — o que representa uma queda potencial de 14,7% em relação ao fechamento da última sexta-feira (11).

Ainda de acordo com o Citi, no quarto trimestre de 2024, as renegociações representavam 11% da carteira de crédito do Nubank. O relatório chama atenção para o fato de que, em 52% desses casos, a renegociação aconteceu em menos de 15 dias após o vencimento — um comportamento mais agressivo do que o padrão de mercado, que normalmente espera até 90 dias de inadimplência para renegociar.

As provisões para créditos classificados no Estágio 3, categoria que indica maior risco de calote, vêm diminuindo proporcionalmente na carteira de cartões e de crédito pessoal do banco, conforme o volume de atrasos também recuou.

O Citi alerta, no entanto, para a necessidade de monitorar com atenção o tratamento contábil das dívidas renegociadas nos próximos balanços da fintech.