Trump aprova fusão entre US Steel e Nippon Steel

O presidente Donald Trump anunciou, dia 23, a aprovação da fusão entre a siderúrgica norte-americana US Steel e a japonesa Nippon Steel, revertendo uma decisão do ex-presidente, Joe Biden, que havia barrado a operação por motivos de segurança nacional. O negócio, avaliado em US$ 14,9 bilhões, deve criar 70 mil empregos e injetar US$ 14 bilhões na economia dos Estados Unidos, segundo Trump.

A declaração foi feita por meio da plataforma Truth Social, onde Trump afirmou que a sede da US Steel permanecerá em Pittsburgh e que a maior parte dos investimentos ocorrerá nos próximos 14 meses. Após o anúncio, as ações da US Steel dispararam mais de 20%, encerrando o pregão a US$ 52,01 por papel.

Trump também informou que realizará um comício na unidade da US Steel em Pittsburgh no próximo dia 30 de maio, em gesto de apoio à fusão e à indústria siderúrgica norte-americana.

A decisão representa uma mudança significativa em relação à posição da Casa Branca. Em janeiro deste ano, o presidente Joe Biden impediu a operação, alegando que a aquisição por uma empresa estrangeira poderia comprometer cadeias de suprimento consideradas críticas para a segurança nacional dos EUA. No entanto, em abril, Trump solicitou uma nova análise da proposta ao Comitê de Investimento Estrangeiro dos Estados Unidos, que agora resultou na liberação do negócio.

As companhias

Fundada em 1901, a United States Steel Corporation é uma das maiores e mais tradicionais siderúrgicas dos Estados Unidos. Com sede em Pittsburgh, na Pensilvânia, a empresa desempenhou um papel central na industrialização americana no século XX, sendo considerada um ícone da força econômica do país. Produz aço para os setores de construção, automotivo, energia e eletrodomésticos, operando diversas usinas nos EUA e no Canadá.

Já a Nippon Steel Corporation, criada em 1950 e sediada em Tóquio, é a maior siderúrgica do Japão e uma das líderes globais na produção de aço. Resultado da fusão entre a Nippon Steel e a Sumitomo Metal em 2012, a companhia atua em mais de 15 países e fornece aço para os segmentos automotivo, naval, aeroespacial, infraestrutura e construção. A empresa busca expandir sua presença internacional e vê a aquisição da US Steel como um passo estratégico para fortalecer suas operações na América do Norte.

A aprovação da fusão entre as duas gigantes do setor marca uma reviravolta no debate sobre o investimento estrangeiro em setores estratégicos e pode ter implicações econômicas e políticas nos Estados Unidos, especialmente em um ano eleitoral.

(Com Agências Internacionais).