Economia
Bom humor externo deve ditar ritmo dos negócios
O IPCA-15 ficou em 0,81% em novembro, maior índice para o mês desde 2015 (0,85%). No ano, o índice acumula alta de 3,13%.
No que depender do noticiário internacional, o bom humor deve prevalecer hoje. Além do otimismo com mais uma vacina contra o coronavírus, a informação de que o presidente norte-americano Donald Trump finalmente assumiu a derrota para o democrata Joe Biden, ao autorizar a transição formal ao sucessor, anima os investidores. Às 9h05, o Ibovespa futuro registrava alta de 0,53%, aos 107.922 pontos.
Trump informou numa rede social que autorizou à Administração dos Serviços Gerais (GSA, na sigla em inglês) que faça o que for preciso no processo de transição. O presidente, no entanto, manteve o discurso de que continuará questionando o resultado eleitoral na Justiça.
Além disso, a imprensa internacional informa que Biden escolheu a ex-presidente do Federal Reserve (Fed, BC dos EUA) Janet Yellen para ser a nova secretária do Tesouro, o que parece também ter sido bem recebido pelo mercado.
Embora o cenário externo seja favorável, os investidores domésticos seguem atentos às questões domésticas como as indefinições sobre as reformas, a votação do Orçamento de 2021 e a dúvida sobre a continuidade do programa emergencial.
A economista da Messem Investimentos Gabriela Hoffman acredita que, após o segundo turno da eleição municipal no próximo domingo, a Câmara e o Senado devem voltar a colocar em pauta alguns temas para serem votados ainda este ano. Segundo ela, um dos mais importantes é a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). “A LDO é prioridade, o governo precisa disso para efetuar qualquer gasto em 2021. Acredito que deve sair”, pondera.
A economista ressalta ainda que o fato de decisões importantes terem ficado para depois da eleição é positivo, pois pode ser um indicativo de que o governo pretende tomar medidas importantes e não populares, como o possível fim do benefício emergencial. “É algo necessário que precisa ser feito, mas, doloroso”, explica.
Ontem, em evento virtual, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o governo não pretende prorrogar o auxílio emergencial, previsto para acabar em 31 de dezembro. “Não existe a prorrogação. Lógico que há pressão política, mas nós estamos preparados para reagir se houver uma segunda onda, já sabemos como reagir”, explicou. Guedes afirmou também estar confiante de que a Câmara, o Senado e o Executivo vão conseguir aprovar uma pauta comum até o fim do ano. De acordo com ele, a nova lei de falências é uma forte candidata a ser aprovada, pois o país está no meio de uma “quebradeira de empresas”.
Há pouco, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), prévia da inflação, ficou em 0,81% em novembro, maior índice para o mês desde 2015 (0,85%). A taxa de novembro é 0,13 ponto percentual abaixo da registrada em outubro (0,94%). No ano, o índice acumula alta de 3,13%. Já o acumulado dos últimos 12 meses é de 4,22% contra 3,52% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2019, a taxa foi de 0,14%.
Além do grupo de Alimentação e bebidas, que teve alta de 2,16%, todos os demais subiram: Transportes (1%), Artigos de residência (1,40%), Habitação (0,34%) e Vestuário (0,96%), além de Saúde e Cuidados Pessoas (0,04%), Despesas Pessoais (0,14%), Comunicação (0,06%) e Educação (0,01%).
Em Nova York, o índice futuro do Dow Jones registrava ganho de 0,95%, aos 29.827 pontos.
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