Economia
Selic em novo patamar coloca investimentos em renda fixa sob nova perspectiva
Iniciante ou não, o investidor deve estar sempre atento ao rebalanceamento de carteira
O Comitê de Política Monetária (Copom) definiu a elevação da taxa básica de juro de 2% para 2,75% ao ano nesta quarta-feira, 17.
Por conta disso, muitos investidores se questionam sobre o que fazer com a parte da carteira e dos investimentos que está alocada em renda fixa a partir de agora.
Acontece que esse movimento na taxa de juros chama atenção para a curva dos juros futuros, que refletem as expectativas do mercado.
Analista de renda fixa e crédito privado do BTG Pactual digital, Odilon Costa destaca que mais do que olhar para a definição recente do Copom, é preciso observar com frequência e com bastante atenção as curvas de juros do país. São elas que vão definir o que fazer com a parte estrutural de sua carteira de renda fixa — sem considerar a reserva de emergência.
Isso porque nada muda nas orientações para quem está preocupado com a alocação do montante destinado às urgências. Nesse caso, volatilidade baixa e alta liquidez continuam sendo os principais requisitos.
Selic
Investimentos que rendam o equivalente a 100% da Selic ou cheguem perto disso são os mais indicados, como Tesouro Selic (um dos títulos do Tesouro Direto), fundos de Tesouro Selic ou Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) com liquidez diária, como dois oferecidos pelo BTG.
Com prazos de 12 ou 24 meses, as taxas de remuneração equivalem a 103% e 104% do CDI — indicador que acompanha a Selic e é o principal benchmark dos ativos de renda fixa.
Segundo ele, o aumento da Selic já era dado como certo pelo mercado diante da forte alta do dólar e do aumento das expectativas de inflação.
O IPCA de fevereiro superou as estimativas de mercado e ficou em 5,20% no acumulado de 12 meses, próximo do teto da meta de inflação, de 5,25% para 2021. O IPCA deve encerrar o ano em 4,60%, segundo o mais recente Boletim Focus com a mediana das projeções de analistas de mercado.
A expectativa é de mais altas ao longo do ano na taxa básica de juro, que deve chegar a 4,5% até dezembro de 2021. “Ou seja, a gente segue com juros reais negativos”, afirma Odilon Costa, em referência ao fato de que a inflação projetada vai superar a taxa Selic.
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