Aquisição de ativos da Bunge pela Seara será analisada pelo tribunal do Cade

O tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) irá analisar a compra de ativos de maionese e margarinas da Bunge pela Seara, empresa da JBS. A transação já havia sido aprovada sem restrições pela superintendência do órgão no início de agosto.

Em dezembro de 2019, a Seara começou o negócio de 700 milhões de reais para adquirir três fábricas da Bunge em São Paulo, Santa Catarina e Pernambuco, junto com um portfólio de marcas dos produtos.

A BRF também está no processo que avaliava a compra depois que levantou preocupações sobre concorrência junto ao Cade.

Na quarta-feira foi realizada a sessão de julgamento, na qual o conselheiro do Cade Luís Henrique Bertolino Braido disse que a transação afeta dois mercados relevantes, o de margarinas e o de óleo degomado de soja, e solicitou uma análise mais aprofundada sobre o mercado de margarinas e as justificativas para sua aprovação.

“Note-se que, como a operação implicará em uma elevada concentração entre dois concorrentes, dentre elas a BRF, caberia ainda aprofundar o exame de modo a afastar a possibilidade de que a estrutura apresentada ao Cade facilite eventuais condutas anticompetitivas no mercado”, apontou Braido.

O chamado despacho de avocação foi aprovado com unanimidade pelo tribunal do Cade e o processo foi entregue para relatoria do conselheiro Sérgio Ravagnani.