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Crise energética e inflação mantêm investidores em alerta, diz Guide

Bolsas voltaram a subir na sessão desta quarta

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Inflação medida pelo IPCA fica em 0,36% em julho, puxada por gasolina e energia elétrica

A crise energética e a inflação mantêm investidores em alerta, destaca a Guide Investimentos em relatório encaminhado ao mercado.

De acordo com a gestora, as bolsas americanas voltaram a subir na sessão desta quarta-feira (6), depois de um dia volátil, seguindo notícias de que o teto da dívida americana pode ser flexibilizado.

Isso porque o senador republicano Mitch McConnell disse que seu partido apoiaria o aumento temporário do teto até dezembro para evitar um “calote” da dívida, o que ajudou a reduzir os yields hoje.

Outro indicador positivo, os dados de emprego da ADP referentes ao mês de setembro para os Estados Unidos reportaram um número forte de criação de vagas.

“Esse movimento contribuiu para aumentar a confiança na economia, mas também na expectativa que a redução do auxílio monetário pelo Fed (espécie de Banco Central dos EUA) no mês que vem”, ressaltou a Guide.

Foram criadas 568 mil vagas no mês de setembro, e o relatório da ADP é tido como uma prévia dos dados oficiais, o Payroll, que sai na sexta-feira.

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Guide: DXY

Ainda de acordo com a gestora, os yields das treasuries, que também oscilarem entre altas e baixas ao longo do dia, encerraram a sessão com leve queda, na medida em que investidores seguem buscando proteção no dólar (o DXY registrou avanço expressivo na sessão) e nos títulos americanos.

“No pano de fundo, a preocupação dos investidores com a persistência da inflação se manteve viva, registrando apenas um ligeiro alívio no fim da sessão, após o presidente russo, Vladimir Putin, dizer que está preparado para atuar no mercado de gás natural para estabilizar preços”, destacou.

Brasil

Em relação ao ambiente doméstico, a gestora frisou que o Ibovespa e o dólar fecharam o dia perto da estabilidade em dia volátil, com melhora do sentimento no âmbito externo.

Os juros, por sua vez, fecharam hoje com dados fracos no varejo interno e após os yields virarem nos EUA.

Na fronte corporativa, os papéis da Petrobras sofrem com queda do petróleo no mercado internacional, enquanto a Vale se recupera após minério de ferro fechar em estabilidade, sem novidades no que tange a Evergrande devido ao feriado chinês que manteve a bolsa do país fechada ao longo da semana.

Já o IGP-DI fraco não reflete inflação ao consumidor, visto que o índice geral de preços-disponibilidade interna (IGP-DI) da FGV continua apresentando deflação no mês de setembro, com queda de 0,55%, ante os -0,14% do resultado anterior.

“De forma geral, a queda novamente é impactada pelos bens industriais do IPA (-1,17%), com o minério de ferro representando a maior contribuição baixista. Não obstante, commodities agrícolas e pecuárias também caíram. Enquanto isso, o IPC subiu 1,43%, puxado principalmente pela energia elétrica residencial, passagem aérea e gasolina”, disse.

E acrescentou: “a inflação ao construtor teve aceleração (0,51%) frente ao último resultado (0,46%) com aumento do custo de mão de obra. Apesar do resultado deflacionário, o IGP-DI ainda acumula alta no ano de 15,12%. A inflação ao consumidor continua avançando conforme o IPC mostrou, e o resultado do índice geral representa quedas de itens específicos, de forma que o ambiente inflacionário permanece desconfortável – fato que deve ser ilustrado pelo resultado do IPCA na sexta-feira.”

Varejo

Para a Guide, o varejo surpreendeu negativamente. Isso porque as vendas no varejo brasileiro, na série livre de influência sazonais, apresentaram retração de 3,1% em agosto, após alta revisada de 2,7% em julho.

No ano, o varejo acumula alta de 5,1% e nos últimos 12 meses, crescimento de 5,0%. No conceito ampliado, que inclui a venda de veículos e materiais de construção, as vendas tiveram queda menor, de 2,5%, com alta nas vendas de veículos, motos, partes e peças.

Seis das oito atividades pesquisadas tiveram taxas negativas em agosto. Na ponta negativa, outros artigos de uso pessoal e doméstico, que incluem lojas de departamento por exemplo, teve queda de -16%, o que reflete em parte uma demanda que foi antecipada nos meses anteriores. Na ponta positiva, ficaram os tecidos, vestuários e calçados.

Um ponto importante a se notar foi que os resultados anteriores foram drasticamente revisados nesta divulgação. Devido às revisões, o patamar do varejo restrito em julho, inicialmente recorde histórico, perdeu o posto para novembro do ano passado.

“Olhando para frente, dado o cenário de incerteza, com a inflação alta, substituição do consumo de bens por serviços e queda da confiança de consumidores, nossa projeção é de retração no conceito restrito (-1,1% m/m) e estabilidade no ampliado (+0,3% m/m) em setembro”, concluiu.

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