All Rise denuncia Bolsonaro no TPI por ‘crimes contra a humanidade’

“Um ataque amplo e sistemático à Amazônia, suas dependências e seus defensores, e que resulta, não só na perseguição, assassinato e sofrimento desumano de milhões de pessoas na região, mas também no mundo inteiro”.

Predadores ambientais – Sob esse forte argumento, o Grupo All Rise encaminhou, nessa terça-feira (13) ao Tribunal Penal Internacional (TPI), pedido de abertura de processo, por crimes contra a humanidade, contra o presidente Bolsonaro, “de maneira a abrir um precedente que acabe com a impunidade para predadores ambientais”.

Processo preliminar – Agora, cabe à procuradoria avaliar se a denúncia é válida, até decidir pela abertura de processo preliminar de investigação, tendo em vista sua conclusão, geralmente no longo prazo. Os autores da iniciativa – que contém 300 páginas, 200 delas só com argumentos legais e as 100 restantes, de dados científicos –  frisam que não esta não possui motivação política.

Soberania nacional – Também reforça a importância da iniciativa o fato de ela ocorrer apenas uma semana após o governo brasileiro ter tomado medidas que enfraqueciam uma resolução das Nações Unidas, que considera o meio ambiente saudável um direito humano. Nesse tópico, o Itamaraty estaria trabalhando para incluir nesse texto, a questão da soberania nacional sobre os recursos naturais.

Acerto de contas – Outra ‘feliz coincidência’ é que a petição acontece às vésperas da cúpula do Clima, em Glasgow, evento em que o Brasil será pressionado a oferecer garantias de que adotará medidas para redução das emissões e do desmatamento.

Bioma amazônico – Os autores da denúncia, porém, não querem se ater aos problemas causados aos brasileiros, por parte de seu governo, mas também chamam a atenção para o patrimônio universal, o bioma amazônico. “Nossa queixa apresenta evidências que mostram como as ações de Bolsonaro estão diretamente ligadas aos impactos negativos da mudança climática em todo o mundo”, explicou Johannes Wesemann, fundador da All Rise, entidade apoiada por Maud Sarlieve, Nigel Povoas e pelo climatologista Friederike Otto, autor de relatório recente do IPCC, chamado de ‘alerta vermelho para a humanidade’ pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

‘Destruição em massa’ – Convicto de que “crimes contra a natureza são crimes contra a humanidade”, Wesemann entende que o mandatário brasileiro “está fomentando a destruição em massa da Amazônia de olhos bem abertos e com conhecimento total das consequências. Diante disso, o TPI tem o claro dever de investigar os crimes ambientais de tamanha gravidade global”, afirmou.