Economia
Após queda da véspera, bolsas ensaiam recuperação
IPCA registra alta de 0,24% em agosto. No ano, o indicador acumula ganho de 0,70% e, em 12 meses, de 2,44%, acima dos 2,31% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Depois das recentes quedas, hoje os índices futuro sinalizam uma recuperação. Às 9h08, o Ibovespa futuro registrava alta de 0,89%, aos 101.008 pontos, enquanto o futuro do Dow Jones subia 0,68%, aos 27.710 pontos. As questões em torno do cenário político-fiscal, junto da influência importada do exterior, seguem sendo os principais “drivers” da direção dos ativos.
Há pouco, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,24% em agosto, ante 0,36% em julho. Esse é o maior resultado para um mês de agosto desde 2016, quando o IPCA foi de 0,44%. No ano, o indicador acumula alta de 0,70% e, em 12 meses, de 2,44%, acima dos 2,31% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2019, a variação havia sido de 0,11%. Esse é o principal indicador do dia e vai direcionar as expectativas do mercado em relação à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na próxima semana.
“A inflação não vai dar moleza e requer atenção. Com o juro baixo mesmo com atividade fraca, a poupança acaba indo para o consumo. Além disso, temos verificado uma forte alta dos alimentos, por exportação. É preciso ficar de olho. O movimento pode mudar e colocar mais um fator de análise no mercado. Aumento de inflação pode levar a aumento de juro, talvez não no curto prazo, mas temos que considerar”, pondera o operador da Atuação Investimentos Nicolas Balafas.
Do lado político-fiscal, o investidor segue preocupado com a possibilidade de rompimento do teto, devido aos seus efeitos negativos sobre a confiança, a formação das taxas de juros e a própria recuperação econômica. No entanto, alguns analistas avaliam que se o governo adotar medidas para retenção de gastos e avançar com as reformas, o rompimento pode ter seu efeito atenuado.
Nos EUA, além do aumento da tensão com a China, a notícia de que o estudo da vacina contra a Covid-19 foi interrompido após um voluntário apresentar reação adversa durante a fase final de testes, preocupa e afasta ainda mais o final da pandemia. A vacina está sendo desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca e, no Brasil, onde também está sendo testada, nenhum voluntário apresentou efeito colateral, por enquanto.
Às 11h00 serão divulgados os dados de oferta de emprego referentes a julho e, às 11h30, os estoques semanais de petróleo.
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