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A compra do Twitter por Elon Musk e os impactos disso para a Tesla
Elon Musk voltou atrás e reafirmou a compra do Twitter, pelos termos acordados em abril de 2022. Esta é uma compra vista como de alto risco. Entenda.
O analista, James Collins, da OHM Research, acredita que o bilionário só voltou atrás na compra, pois não achou nenhuma brecha para declinar sem acabar saindo no prejuízo.
Tendo feito a primeira oferta em abril, Musk vem a meses tentando cancelar o contrato de compra, que ele reincidiu em julho, afirmando que a plataforma tem um maior número de contas falsas do que o divulgado, o que impactaria no valor da companhia. No entanto, o Twitter foi à justiça buscar o cumprimento do contrato, tendo o julgamento sido marcado para 17 de outubro.
Collins defende a ideia de que essa compra não faz sentido, principalmente para o olhar financeiro. Para Musk fechar essa transação, ele teria que adquirir uma grande dívida e que em um momento das altas dos juros geraria um grande gasto financeiro, isso porque o Twitter é considerado uma empresa deficitária.
Segundo Guilherme Zanin, analista da Avenue, para evitar fazer empréstimos, Elon Musk vendeu ações da Tesla para se preparar financeiramente para a compra. Mesmo com essa venda, ainda não é o suficiente para Musk tirar do bolso os US$44 bilhões para a compra da rede social. Ele teria que ir atrás de outros investidores para conseguir a quantia, mas há informações de que ele ainda não conseguiu.
Com isso, ele venderá mais ações da Tesla ou colocar como parte colateral de empréstimos, o que é arriscado.
As ações da Tesla
Segundo Collins, “a demanda pelos produtos da empresa, especialmente o Model 3, claramente começou a diminuir em um ambiente de taxas de juros crescentes e queda na intenção de compra do consumidor por bens de alta qualidade”. Se o declínio da Tesla continuar, isso afetará a capacidade de Musk de financiar a compra do Twitter.
No último registro de Musk na Securities and Exchange Commission, ele possuía 15% das ações da empresa, enquanto CEO, ele tem contratos de compra que o possibilitariam a chegar em 23,5% da companhia. O problema seria que ele não pode vender essas ações pelos próximos cinco anos, o que restringe a atuação de Musk.
Das 16 parcelas de compra, Musk adquiriu 11, mas sem incentivo para continuar sendo CEO da montadora, diminui sua permanência no cargo. “O que valeria a Tesla sem Musk como CEO? Ele já foi substituído como presidente por Robyn Denholm para resolver litígio na SEC (a CVM americana), mas Elon Musk é a Tesla na percepção do público.
Sem o culto à personalidade, acredito que o valuation da Tesla iria para baixo”, explica Collins. Caso o Twitter caia ou tenha resultados negativos, Musk terá que vender as ações da montadora para conseguir arcar com os gastos. E terá que se preocupar com outro produto além dos que ele já possui, como a Tesla, Space X e a companhia de painéis solares. É o que os especialistas chamam de duplo beta, quando há riscos dos dois lados.
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