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Adena Friedman: de estagiária a CEO de uma das maiores Bolsas de Valores do mundo
Conhece aquela história de uma estagiária que chegou ao cargo máximo da empresa? Pois então, pode-se dizer que esse enredo cabe perfeitamente na vida profissional da CEO da Nasdaq, Adena Friedman.
Aos 52 anos de idade, a executiva ocupa esse lugar desde 2017, quando se tornou a primeira mulher a comandar uma grande companhia de bolsa de valores.
A Nasdaq é a segunda maior empresa do ramo no mundo. Quando considerado o valor de capitalização das empresas de mercado, ela só fica atrás apenas da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE).
Focada na diversificação dos negócios, mas também na consolidação da empresa, Adena tem lutado para regulamentar políticas que exijam das empresas a inclusão de mulheres e pessoas LGBTQI+ em seus conselhos e quadros de chefia.
Em 2020, Friedman foi responsável por encabeçar uma proposta para que empresas divulgassem as ações internas que desenvolvem sobre a temática.
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Defesa da Diversidade
A Nasdaq atuou junto à comissão de valores imobiliários, que aprovou o requerimento em agosto de 2021. De acordo com a nova legislação, as empresas precisam possuir um conselheiro mulher e outro de uma minoria sub-representada, ou LGTBQ+.
“Nós apoiamos a proposta porque ela representa um passo adiante para os investidores na diversidade dos conselhos”, diz justificativa do órgão regulador, que acredita em uma demanda crescente por maior diversidade nas empresas.
Segundo Adena, a Nasdaq já havia adotado uma política de inclusão para mulheres, ao entrevistar pelo menos uma mulher, quando há seleção para vagas de executivo sênior.
“Isso realmente faz a diferença”, afirmou a executiva, em entrevista ao New York Times. Com toda essa sensibilidade e competência, Friedman tem levado a Nasdaq a outro nível de qualidade.
Em razão dessa proposta, Adena Friedman foi escolhida pela revista norte-americana Forbes como uma das 100 mulheres mais poderosas do mundo em 2020, onde ela figura na 33° lugar.
Já pela revista Fortune, Adena ocupa a 43° posição em sua lista de mulheres mais poderosas de 2021.
Sua origem
Americana da cidade de Baltimore, estado de Maryland nos Estados Unidos, Adena nasceu em 17 de janeiro de 1969. Michael David Testa, pai da executiva, trabalhava na Asset Management T. Rowe Price, onde alcançou o posto de diretor de Investimentos.
Sua mãe, Adena W. Testa, se tornou sócia do escritório de advocacia Stewart, Plant & Blumenthal, em Baltimore. Mas isso só aconteceu depois que ela teve filhos.
Adena contou que seus pais se conheceram ainda na faculdade, se casaram e sua mãe engravidou. Por isso, ela interrompeu a faculdade.
“Ela teve filhos, mas voltou a estudar na [Universidade] Johns Hopkins. Quando eu tinha nove anos, ela decidiu entrar na faculdade de Direito e acabou se tornando a primeira mulher sócia do escritório [em que trabalhava]”, relatou Friedman ao NYT.
A força de vontade da mãe
A força de vontade da mãe de tomar de volta as rédeas da vida profissional, se tornando uma mulher bem sucedida na carreira (ela se tornou sócia do escritório), foi o primeiro e mais forte exemplo de que ela poderia chegar aonde quisesse.
O pai, por sua vez, costumava levar os filhos ao escritório, onde desde cedo, puderam conhecer de perto como funciona o mercado financeiro.
Friedman reconhece que esse contato com a área influenciou diretamente a escolha da sua profissão. Assim como ela, seu irmão também seguiu o caminho do genitor.
“Foi uma parte importante do que me atraiu ao setor”, afirmou Friedman ao Wall Street Journal.
Esta escolha, porém, não foi imediata. Estudou numa escola só para meninas, a Roland Park Country School, em Baltimore. “Eu queria ser astronauta”, disse. Apesar do incentivo de seu professor de Ciências, não levou a ideia adiante.
Mudança de rota
Apesar dessa paixão pelo mercado financeiro, não foi essa sua primeira escolha profissional. Friedman iniciou seu percurso acadêmico pela política, ao ingressar no Williams College, em Massachusetts, no curso de Ciência Política.
E teve uma experiência ímpar na área, ao trabalhar com o senador e futuro vice-presidente dos EUA, Al Gore. Acreditava que poderia impactar a vida das pessoas, por meio da política. Por isso, até se filiou ao Partido Democrata.
Com o tempo, no entanto, compreendeu que a transformação social pela política é lenta e cheia de obstáculos, e que pelo negócio, o impacto poderia ser mais rápido.
Em 1993, voltou a estudar. Dessa vez, escolheu a escola de negócios da Universidade Vanderbilt, em Nashville, no Tennessee, onde também conquistou um MBA.
Com a formação atualizada, ela, enfim, entrou no mercado de finanças. Agora como estagiária de uma das principais bolsas de valores do mundo, a Nasdaq.
E, como qualquer outra mulher comum, Adena precisou aliar estudos com a construção da sua família. E, ainda em 1993, se casou com Michael Cameron Friedman. Com o advogado, Friedman tem dois filhos.
Além de executiva, mãe e esposa, Friedman é faixa preta em taekwondo, arte marcial que a deixou mais confiante para enfrentar o mundo dos negócios.
“É uma grande disciplina para o corpo, mas também para a mente. Me deu a sensação que o sucesso está sob meu controle. Me ajudou também a ter menos medo de levar um soco [metafórico]. Eu sei que podem me acertar, e isso não é a pior coisa do mundo”, acrescentou
Carreira de Adena Friedman
Adena sempre conciliou estudos e carreira com os cuidados com filhos e família. E o crescimento foi gradativo. A sua competência a levou a espaços ainda pouco ocupados por mulheres.
Ainda assim, ela seguiu firme no propósito de impactar a vida das pessoas. Ela conta que mesmo não tendo muitas colegas mulheres quando entrou na empresa, foi promovida grávida, o que a deixou surpresa.
“Quando fui promovida pela primeira vez, eu estava grávida. Ao lembrá-lo da minha condição, meu chefe respondeu que estava tudo, e disse: você vai sair por três meses e depois estará de volta. Ele nem levou em consideração minha gravidez, ao tomar a decisão de me promover”.
Essa foi uma situação muito específica, mas Adena Friedman conta que nunca se sentiu discriminada na instituição, o que a fez sentir- se em casa, e à vontade para trabalhar com afinco e desenvolver seu potencial técnico.
No decorrer dos anos, Adena foi chefe da área de produção de dados, em seguida, assumiu o setor de estratégia corporativa, e alcançou o cargo de diretora financeira.
Nasdaq
Em seu site, a Nasdaq destaca a atuação da executiva na estratégia de compras realizada pela empresa. Ela liderou a aquisição da plataforma eletrônica de negociações Inet, uma tecnologia utilizada pelas bolsas de valores da Escandinávia e dos Balcãs.
Além das operadoras das bolsas de Copenhague, Estocolmo e Helsinque, assim como a compra das bolsas da Filadélfia e de Boston. Os investimentos elevaram o status da Nasdaq para o de empresa multinacional.
Também de forma estratégica, Adena Friedman atuou diretamente no processo de abertura de capital da empresa Carlyle Group. Desse modo, entre 2011 e 2014, ela se afastou da Nasdaq para assumir o posto de diretora financeira da instituição.
O retorno à Nasdaq, no entanto, foi triunfante. Ela voltou como diretora de Operações, mas logo depois, se tornou CEO da Bolsa de Valores, em 2017. Ela substituiu Robert Greifeld, que esteve à frente do negócio de 2003 a 2016.
Perfil Inovador
Democratizar o acesso à bolsa de valores é um dos propósitos de Adena Friedman. Ela acredita que as pessoas deveriam investir em negócios mais verdes e lançar seu nome no mercado financeiro desde o início da empresa.
Isso não quer dizer abertura de capital imediato. Essa fase sim exige maturidade das marcas. Ela faz referência às startups “unicórnios“. Aquelas que valem mais de 1 US$ bilhão.
Para ela, os anos mais promissores desses negócios são os iniciais, além disso, quando elas estão fora da bolsa, os investimentos são restritos, pois o crescimento também é modesto. Ou seja, “os pequenos investidores acabam ficando de fora dos anos de maior crescimento destas companhias”.
Mas ela não ocupa o posto máximo da Nasdaq apenas pela sua história de vida. A sua competência e inteligência na tomada de decisões estão gerando lucros para a bolsa.
Crescimento da Nasdaq
Segundo a revista Fortune, ao longo da sua gestão, a Nasdaq faturou US$ 5,6 bilhões, um crescimento de 32% em relação a 2019.
Isso se deve em grande parte ao desenvolvimentos de tecnologias voltadas para a atuação de bolsas de valores ao redor do mundo. Essa expertise, atualmente, é usada em 130 mercados internacionais.
Na mesma rota, estão os ganhos da executiva que são estimados em aproximadamente US$ 16 milhões/mês. Segundo ela, então esse valor é resultado de muitas horas de dedicação. “Eu trabalho pacas”, disse ela ao WP.
Apesar de estar totalmente envolvida no mercado financeiro, Friedman dá seus conselhos no campo político. Afinal, um está imbricado no outro. Se o país não oferece confiança ao mercado, tudo pode desandar.
Foi nesse sentido que a CEO da Nasdaq aconselhou o presidente dos EUA, Joe Biden, sobre a demora para a elevação do teto da dívida do país.
Em reunião com o líder e outros pares dos negócios, ela afirmou que essa lentidão pode gerar uma reação negativa dos mercados e, assim, um enfraquecimento da economia.
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