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Americanas (AMER3) em xeque: credores estrangeiros e briga com bancos se intensificam

Varejista envolvida em suposta fraude.

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A situação da Americanas (AMER3) segue complicada no mercado brasileiro e agora a varejista tem um fator a mais com o que se preocupar: os credores estrangeiros estão se organizando, e se cotizando, para formarem um grupo e ingressarem na recuperação judicial da companhia.

No momento, são mais de 200 investidores internacionais que já estão em contato com advogados especializados para obterem voz ativa na RJ, bem como poder de voto nas negociações.

Levantamento do Estadão mostra que a estratégia em discussão é que os detentores de títulos de dívida no exterior (bonds) se alinhem aos investidores com debêntures da rede de varejo. Do contrário, os bancos vão acabar tendo papel bem mais ativo.

Segundo o jornal, os detentores de debêntures têm R$ 10 bilhões em dívida da Americanas, enquanto os de bonds no exterior possuem R$ 6 bilhões. Juntando os dois, o volume se assemelha ao dos empréstimos e operações bancárias.

Americanas (AMER3): contrapeso

A varejista, por sua vez, pretende recorrer à Justiça norte-americana para se proteger, utilizando o chamado “Chapter 15”, que permite que companhias estrangeiras tenham seus processos de recuperação judicial reconhecidos nos EUA, protegendo assim, seus ativos no país.

A companhia tem US$ 1 bilhão em títulos de dívida emitidos no exterior, de duas captações feitas no segundo semestre de 2020.

Briga com bancos

Nas últimas horas a Americanas obteve importantes vitórias na justiça, podendo acessar dinheiro que se encontrava bloqueado em alguns bancos, com exceção do BTG Pactual (BPAC11).

Com este cenário de pano de fundo, possivelmente as instituições financeiras deverão provisionar algo em torno de 50% da exposição total que têm à varejista.

Levantamento do Valor mostra que não há uma regra específica sobre esse assunto, mas esse nível de provisionamento é uma praxe do mercado em casos de RJ.

Também disse que um consenso é o de que o provisionamento em casos de RJ deve ser no mínimo de 30%. Caso tenham de provisionar 50% da exposição, o mais afetado seria o Bradesco (BBDC3, BBDC4), com uma necessidade de R$ 2,350 bilhões.

Em seguida, aparecem Santander (SANB11) (R$ 1,850 bilhão), Itaú (ITUB4) (R$ 1,7 bilhão), BTG (BPAC11) (R$ 950 milhões) e Banco do Brasil (BBAS3) (R$ 650 milhões).

O periódico apurou que o Safra já provisionou metade da sua exposição à varejista, de R$ 2,4 bilhões.

Lojistas

Em se tratando dos lojistas, a varejista tem enviado um comunicado, informando que eles são considerados clientes da empresa e, portanto, vão receber os repasses das vendas feitas no site e aplicativos da companhia.

No documento, elenca o seguinte: “sabemos que muitos de vocês estão com dúvidas, por isso seguiremos com nosso canal aberto para informar sobre todos os desdobramentos do processo”. “O mais importante é esclarecer que os vendedores da plataforma são considerados nossos clientes e, por isso, continuam recebendo os repasses dos valores recebidos pela Americanas, em nome dos parceiros, dentro dos prazos de pagamento estabelecidos no anexo da remuneração do contrato.”

Redatora. Formada em Técnico Contábil e Graduada em Gestão Financeira. Contato: simonillalves@gmail.com.

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