Saúde
Anvisa recomenda: não arrisque! Mantenha a mesma marca do seu medicamento genérico enquanto durar o tratamento
Intercambialidade somente deve ser praticada sob rígida prescrição médica e jamais por conta do paciente.
Os genéricos foram criados para democratizar o acesso aos suprimentos médicos, pensando principalmente nas pessoas de renda mais baixa. Assim, ao chegar em uma farmácia hoje, é possível adquirir um remédio com o mesmo princípio ativo que o original, mas com um nome e embalagem diferentes.
Essa é inclusive uma prática comum para milhares de brasileiros, que somente deixam de comprar a versão genérica quando ela está em falta. Resumindo, pouca gente leva o item sempre da mesma marca. Entretanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) revelou algo muito importante recentemente.
Segundo o órgão, não é recomendado ficar trocando o fabricante do seu genérico ou opções semelhantes enquanto durar o tratamento. Para compreender melhor as raízes dessa orientação, primeiro é necessário entender como ocorre o procedimento de aprovação desses produtos no país.
Como surge um novo genérico?
Grande parte dos medicamentos atualmente consumidos em grande escala no Brasil já conta com suas patentes expiradas. Ou seja, os laboratórios podem produzi-los em forma genérica ou similar sem maiores problemas legais.
Para que algo novo seja efetivamente aprovado, o criador daquilo precisará cumprir um roteiro bastante longo que envolve estudos clínicos destinados a comprovar a eficácia e a segurança do fármaco em seres humanos. Os resultados são então analisados pela Anvisa, que dá o veredito final sobre o registro.
Consequentemente, o laboratório que detém a patente original ganha de 15 a 20 anos de exclusividade de comercialização. Tendo passado esse tempo, finalmente a fórmula é liberada para que as demais empresas a adquiram e iniciem suas próprias produções.
Portanto, a indústria que deseja fabricar um genérico precisará prestar contas à instituição citada acima, por meio de pesquisas comprovadas, que o produto que ela fará é plenamente intercambiável com o da organização proprietária da patente do primeiro remédio. Isso é chamado de “medicamento de referência”.
“A intercambialidade, ou seja, a segura substituição do medicamento de referência pelo seu genérico, é comprovada por testes de equivalência terapêutica, que incluem comparação in vitro, através dos estudos de equivalência farmacêutica, e in vivo, com os estudos de bioequivalência apresentados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária”, explica o órgão regulador em seu site.
Dessa forma, com mais opções disponíveis no mercado, a tendência é que os preços baixem e isso beneficie o consumidor. Peguemos como exemplo a losartana, um dos fármacos mais prescritos para hipertensos. Ele é produzido por 22 laboratórios, e a maioria das versões similares e genéricas não devem ser trocadas entre si.
“Os medicamentos genéricos não podem ser considerados intercambiáveis com os similares, nem os genéricos podem ser intercambiáveis entre si, nem os similares podem ser considerados intercambiáveis entre si, porque eles não fizeram essa demonstração experimental”, diz a Anvisa em nota.
Assim, apesar de em tese os produtos possuírem o mesmo princípio ativo, os fabricantes costumam possuir fornecedores de matérias-primas diferentes, além dos processos de fabricação e controle também poderem ser bastante distintos entre si.
Essas diferenças podem parecer pequenas a princípio, mas existe o risco de que afetem a absorção, o metabolismo e a eliminação das substâncias pelo organismo humano, fazendo com que a segurança e os resultados possam sofrer alterações de uma pessoa para outra.
Por fim, caso um indivíduo inicie a sua terapia ingerindo substâncias oriundas de um fabricante, mas não consiga manter a sua compra até o final, então há uma observação feita pelos especialistas na área que deve ser observada com atenção.
“A recomendação é que o paciente fique atento a sinais e sintomas, com respeito ao tratamento da doença. Se o medicamento está fazendo o efeito esperado, se o paciente tem percebido algum sintoma que não sentia antes, e relatar qualquer evento que tenha percebido. Além disso, manter o acompanhamento médico é fundamental”, orientam os médicos.
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