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Economia

Aperto monetário; tensão geopolítica e PEC dos combustíveis pautam Ibovespa de terça

Alta dos juros dos EUA; conflito militar na Europa e matéria eleitoreira moldam cotações

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Com viés predominantemente negativo os índices ianques (Dow Jones, -0,21%; S&P 500, -0,28%; Nasdaq, -0,12%) refletem a instabilidade atual dos mercados globais, seja por conta do avanço inesperado da inflação em quase todos os quadrantes, que vem demandando um aperto monetário global, capitaneado pelo Federal Reserve (Fed) – o bc estadunidense – como também pelas tensões geopolíticas (casuais ou propositais) envolvendo a ameaça russa de invasão da Ucrânia, ainda não concretizada, mas por tempo o suficiente para turbinar os preços do petróleo, commoditie do qual a Rússia é pródiga, mas continua a ter ‘apetite voraz sobre os recursos vizinhos’.

‘Saraivada de juros’ – Uma vez superado o ciclo de fortes perdas no mês de janeiro, o mercado norte-americano corre contra o tempo, a fim de se ajustar à ‘saraivada’ de alta de juros programadas pelo Fed, antes limitadas a quatro, podem chegar a sete, a depender do ímpeto inflacionário local. Mais sensíveis à escalada dos juros, as ações de tecnologia são as que mais apuram perdas, desde o final do ano passado, quando Tio Sam ‘endureceu’ o discurso de combate ao avanço de preços.

‘Bombeiros de última hora’ – Como resultado, janeiro foi de perdas para seus principais índices (S&P, -5,3%; Nasdaq, -8,9; Dow Jones, -3,3%). ‘Bombeiros de última hora’, integrantes do Fed se apressaram a afirmar que “não pretendem interromper o crescimento (do país)”. Abrindo a terça (1º) que inicia o mês, é a vez da Exxon Mobil divulgar seus números, antes da abertura do mercado, enquanto Alphabet (controladora do Google), General Motors, Starbucks, AMD e PayPal o farão depois. Das 172 empresas integrantes do S&P, que já divulgaram seus resultados, 78,5% conseguiram superar a expectativa do mercado, apontou a consultoria Refinitiv.

Investidor voraz – No plano interno, a ‘sorte’ de a bolsa brasileira apresentar um ‘leque de papéis baratos’ tem atraído ondas de investidores estrangeiros, em busca da remuneração rápida e fácil, já que na pátria ianque, conseguir tal vantagem ficou mais difícil agora. No entanto, de acordo com analistas, tal movimento está com os dias contados, como é característica do chamado ‘hot money’ a eras.

Copom na mira – Para o investidor tupiniquim, o momento requer atenção aos movimentos do Banco Central (BC), às vésperas do anúncio, por parte do Comitê de Política Monetária (Copom) – ao cabo de uma reunião de dois dias – o novo patamar da taxa básica de juros (Selic), de 10,75% ao ano, o que corresponde a uma alta de 1,5 ponto percentual.

Japão e Austrália sobem – Fechadas em sua maioria, devido ao feriado do Ano Novo Lunar chinês, as bolsas asiáticas não funcionaram, com exceção das bolsas nipônica e australiana, que fecharam em alta de 0,28% e 0,49%, respectivamente, a despeito dos temores do grau do ‘tranco monetário’ a ser desferido pelo Fed.  Destaque para a valorização de ações de tecnologia, como o SoftBank (+1,12%) e Sony (+0,39%).

Europa positiva – Na Europa, o índice Stoxx 600 – que reúne as ações de 600 empresas dos principais setores de 17 países europeus – avançava 1,45% às 10h30m, sob influência positiva do setor financeiro e após a divulgação de que o Índice do Gerente de Compras (PMI na sigla em inglês) industrial da Zona do Euro, no mês de janeiro, bateu 58,7 pontos, inferior à estimativa do mercado, de 59 pontos.

Petróleo recua – Depois de apresentarem a maior elevação em quase um, ontem (31), os preços do petróleo recuam, com o tipo WTI perdendo 0,94%, a US$ 87,32 o barril, e o Brent, recuando 0,97%, a US$ 88,39 o barril. Barril de pólvora, mesmo, continua a ser a situação do Leste Europeu, com ambos lados já ‘armados até os dentes’ para o conflito, em que a Rússia já dispõe de 100 mil camaradas na fronteira ucraniana, enquanto a Otan contaria com 40 mil tropas.

Momento ‘criptofavorável’ – No campo das criptomoedas, o Bitcoin subiu 2,64%, a US$ 38.181,01, marcando um início de fevereiro que promete ser favorável a todas as moedas digitais (Ethereum, Solana e as memecoins Dogecoin e Shiba Inu), todas exibindo alta.

PEC da reeleição – Na treta palaciana, permanece a expectativa de mais clareza do Executivo a respeito do formato e conteúdo da chamada PEC dos Combustíveis, que pretende regulamentar o preço dos combustíveis (coisa que jamais deu certo em lugar algum do globo), como agrado ao eleitor, mirando a ‘reeleição’ em outubro próximo. Mesmo em sua versão ‘reduzida’, a referida PEC poderá implicar perdas de arrecadação federal da ordem de R$ 20 bilhões, no caso de ‘zeragem’ dos impostos federais incidentes no diesel.

A vez do IPI – Reforçando a farra ‘isentona’ eleitoreira, o ministro offshore isento (claro) Guedes agora batalha para emplacar a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), exceção para os dois filões, cigarros e bebidas.

IPC-S cai para 0,49% – Na agenda do dia, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) de janeiro último, divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) recuou para 0,49%, ante à variação de 0,57% no mês anterior, e de 0,44% na terceira quadrissemana do mês. Nos 12 meses contados até janeiro, porém, o IPC-S acumulou inflação de 9,58%, superior aos 9,34%, do mês anterior. Entre as categorias pesquisadas, os principais aumentos corresponderam a Educação, Leitura e Recreação (+1,64%); cursos formais (6,47%); transportes (0,04%); comunicação (0,53%) e despesas diversas (0,20%).

IPP recua 0,12% – No que toca ao Índice de Preços ao Produtor (IPP), este registrou recuo de 0,12% em dezembro último, o que corresponde a uma alta acumulada de 28,39% no ano passado, recorde da série histórica que teve início em 2014, reportou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por definição, o IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, ou seja, aqueles que ainda estão livres de impostos e frete, abrangendo 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação, além das categorias econômicas de bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis, semiduráveis e não duráveis).

Balança comercial – Fechando a agenda do dia brazuca, o Ministério da Economia divulga os dados relativos à balança comercial, às 15h, e os Estados Unidos fazem o mesmo em relação ao seu PMI de janeiro, além de revelar dados sobre os gastos com construção em dezembro último, que deve aumentar 0,6%, ante novembro último.

Vírus chinês mata 565 – No diário da Covid, o vírus chinês matou 565 brasileiros, o que representa alta de 205% na média móvel em sete dias, ante o patamar de 14 dias antes, informou o consórcio de veículos de imprensa.

Principais indicadores

Estados Unidos (futuros)

Dow Jones, -0,21%
S&P 500, -0,28%
Nasdaq, -0,12%

Ásia

Shanghai SE (China), não abriu.
Nikkei (Japão), +0,28% (fechado).
Hang Seng Index (Hong Kong), não abriu.
Kospi (Coreia do Sul), não abriu.

Europa

FTSE 100 (Reino Unido), +0,74%.
DAX (Alemanha), +0,78%.
CAC 40 (França), +0,85%.
FTSE MIB (Itália), +0,99%.

Commodities

Petróleo WTI, -0,94%, a US$ 87,32 o barril.
Petróleo Brent, -0,97%, a US$ 88,39 o barril.
Criptomoedas

Bitcoin, +2,64%, a US$ 38.181,01.

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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