Autonomia e equilíbrio: conheça os benefícios da bicicleta para crianças com autismo!

Pedalar é um ótimo exercício para fortalecer o corpo e combater alguns males da mente como a depressão, a ansiedade e o estresse. Vários médicos ao redor do mundo atestam os benefícios dessa prática, que inclusive também pode auxiliar crianças portadoras do Transtorno do Espectro Autista.

Segundo Remyson Leite, terapeuta e profissional de educação física, andar de bicicleta exige coordenação bilateral entre os hemisférios cerebrais, portanto, os dois lados são obrigados a trabalhar alternadamente para desempenhar a atividade.

“As duas pernas realizam o mesmo movimento, fazendo com que a criança tenha um bom tônus muscular para poder realizar o movimento de pedalar. Caso não possua esse ponto positivo, ela vai realizar o movimento para trás, fato natural que a maioria das crianças diagnosticadas com autismo realiza; pedalar sempre para trás”, diz o médico.

Ainda de acordo Remyson, algumas crianças enxergam maior facilidade em estar pedalando para trás, pois elas ainda não possuem a força e a resistência para impulsionar a massa e o peso do objeto para frente.

Como um exercício tão simples pode ajudar crianças autistas?

Um exemplo de paciente que está experimentando o método, é o pequeno Davi Santos de 9 anos. Sua mãe, Osmarina Santos, revelou que o filho está na terceira sessão com a bicicleta e ela já está percebendo algumas diferenças no desenvolvimento da criança.

“Hoje, é uma felicidade para mim. Há alguns anos, eu tentava colocá-lo para andar na bicicleta do primo, mas o Davi recusava, chorava muito, gritava em cima da bicicleta. Ele não conseguia pedalar, travava. Com a terapia, percebo um avanço, pois já consegue pedalar para frente. Com este desenvolvimento, o pai planeja comprar uma bicicleta para o Davi”, disse ela, claramente emocionada ao ver os progressos do filho.

Osmarina ainda aproveita para falar que pedalar pode ser algo extremamente trivial para a maioria das pessoas, porém, para uma criança diagnosticada com autismo essa tarefa é bastante complexa de executar, dessa forma cada pequeno avanço é uma vitória!

Por fim, o terapeuta citado no começo do texto ainda revela que, uma vez que o reabilitado domine completamente a bicicleta com o apoio das rodinhas, o próximo passo é retirá-las para que ele aprenda a se equilibrar sem elas, ganhando assim ainda mais condicionamento.