Auxílio emergencial aumentou em 156% a renda daqueles com menor escolaridade, afirma pesquisa

Segundo pesquisa do Centro de Estudos de Microfinanças e Inclusão Financeira da Fundação Getúlio Vargas (FGV), realizada por Lauro Gonzalez e Bruno Barreira, o auxílio emergencial aumentou em 156% a renda normal dos trabalhadores que não possuem alto nível de escolaridade. O estudo foi divulgado na última quinta-feira, 30, pela Agência Bori.

Em uma média geral, o crescimento foi de 24% na renda dos cidadãos contemplados pelo programa. A disparidade ocorre em função da desigualdade de ganhos, já que quanto menor a escolaridade, mais baixa é a renda.

Desse modo, os que ganhavam menos antes da pandemia do novo coronavírus sentiram um impacto mais elevado do benefício. O auxílio está sendo pago em cinco parcelas de R$ 600, ou R$ 1,2 mil para mães solteiras.

O coronavoucher impacta conforme o tipo de trabalho, região em que o cidadão habita e o nível de escolaridade. Dentre 11 dos 36 tipos de trabalho mencionados no estudo, o crescimento da renda foi acima de 40%.

“O efeito é tão maior quanto menor for a renda. E como essa renda tem correlação negativa com escolaridade, com informalidade, com as questões ligadas às desigualdades regionais, isso explica esse efeito maior do auxílio para esses recortes”, afirmou o pesquisador Lauro Gonzalez.

Em relação à distribuição geográfica brasileira, as regiões norte e nordeste são as mais impactadas pelo aumento do percentual de renda, em comparação a “renda usual” pré-pandemia. Por exemplo, em Alagoas a alta alcançou 132% a renda mensal pré-pandemia. E no fator escolaridade, a ascensão entre os que não estudaram foi de 156%, sendo 111% aos que possuem ensino médio incompleto.

Os dados levaram em consideração a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Covid-19, executada em junho deste ano, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).