Ações, Units e ETF's
Auxílio ‘fora do teto’; Precatórios; IR e Evergrande moldam Ibovespa da quinta
‘Indigestão’ por fala de Guedes deve continuar; investidor observa agenda no Congresso
Após a declaração certeira da véspera (20) – que jogou a bolsa brasileira no fosso negativo de 2% – do convicto Paulo Guedes, o ministro, de que a regra de ouro do teto de gastos poderá será desrespeitada, desde que seja viabilizado o programa social-eleitoral Auxílio Brasil, agora turbinado a R$ 400.
DI’s decolam – Reflexo disso é que o Ibovespa futuro, com vencimento em dezembro de 2021, recuava 0,97% aos 109 mil pontos, tendência que se apresenta no mercado de juros futuros, em que o DI para janeiro de 2023 subia 28 pontos-base, a 10,44%; DI para janeiro de 2025 aumentava 34 pontos-base a 11,48%; e o DI para janeiro de 2027 avançava 41 pontos-base, a 11,88%.
Gastança ‘só’ de R$ 30 bi – Pelos cálculos de Guedes, o Executivo admite antecipar, para 2026, a revisão do teto de gastos, além de pedir um perdão fiscal (waiver, no jargão do mercado), sinal verde para o início da gastança de R$ 30 bilhões, enquanto o pleito não chega. Ou seja, ‘quebramos o teto (dos gastos), para depois (nós, nossos filhos, nossos netos), consertarmos’.
Será que agora vai? – Ante essa problemática, digna de terapia, o Ibovespa abre essa quinta-feira (21) tenso, a espera de novos arroubos palacianos que possam influir sobre a agenda econômica no Congresso, a exemplo do adiamento, ontem (20) de votação do parecer da PEC dos Precatórios, novamente marcado para hoje (21).
Tudo pelo programa – A questão é conferir se o estrago federal respingará em outra votação, a da reforma do Imposto de Renda (IR) no Senado, já desidratada por outra derrota presidencial, a retirada da taxação dos dividendos em 15%, uma aberração extirpada pelo relator da matéria, senador Angelo Coronel (PSB-BA). Também neste caso, não há previsão de avanço. É bom lembrar que a ‘ideia genial’ da taxação, nascida da atual equipe econômica, igualmente mirava subsidiar o controverso Auxílio Brasil.
Exterior reflete queda – Como reflexo disso, os futuros abriram hoje (21) em baixa ainda mais expressiva, por conta das trapalhadas governamentais, a exemplo do MSCI Brazil Capped ETF (EWZ) – que serve de referência para as ações de empresas brasileiras negociadas nos Estados Unidos – que já caía 4%, no pré-market da bolsa de Nova Iorque, na sessão dessa quinta, o que projeta uma sessão adversa.
Calote à vista – No cenário externo, pesam as notícias de que a pré-falida Evergrande não teria chegado a um acordo para a venda de 50,1% de sua participação no negócio de serviços para propriedades, além de não oferecer ‘garantia alguma’ de que arcará com suas obrigações financeiras. Nesse momento, o investidor avalia se os últimos movimentos da incorporadora chinesa são o prenúncio de um calote e um efeito dominó, de aversão ao risco, nos mercados mundiais.
EUA e Europa no vermelho – Também com viés negativo deve abrir a bolsa americana, a julgar pelo desempenho dos índices futuros ianques – Dow Jones (-0,28%); S&P (-0,25%) e Nasdaq (-0,28%) – sem contar o índice europeu Stoxx 600, que caía 0,2%, na sessão atual.
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