B3 figura entre as Bolsas mais caras do mundo, alertam analistas

O Ibovespa (IBOV) é apontado por diversos agentes como a principal forma de ganhar com o boom de novos investidores. No entanto, as ações da B3 (B3SA3) estão entre as mais caras do mundo, segundo especialistas. 

Justamente por conta disso, Henrique Navarro, analista setorial do Santander Brasil (SANB11), age com cautela em relação aos papéis da B3, em razão da incorporação dos dados operacionais recentes da empresa. Além da análise dos indicadores do Boletim Focus, que controlou a queda do PIB do Brasil para 5,66 em 2020. A perspectiva divulgada mostrava um tombo de 6,5% no pior dos cenários. 

Para Navarro, o risco da concorrência pode, mais cedo ou mais tarde, dominar as notícias, “uma vez que os volumes fortes também tornam o mercado brasileiro mais atraente para os concorrentes nos mercados de ações e de renda fixa”, alerta. 

O preço-alvo da ação da B3 pode ir de R$ 53 para R$ 70. De qualquer forma, o Santander recomenda manutenção, considerando a rolagem para 2021. 

Gilson Finkelsztain, CEO da B3, disse durante uma live nesta terça, 4,  que não há exagero na alta das ações brasileiras nos últimos meses, mesmo considerando a possibilidade de uma recessão como consequência da pandemia. “Muita gente pergunta se estamos tendo uma bolha. Não vejo os preços de ativos no Brasil refletindo uma irracionalidade”, completa. 

Para exemplificar, o executivo citou que muitas empresas se beneficiaram no atual cenário, como é o caso das corporações de comércio eletrônico. Dessa forma, as companhias desse setor estão, hoje, com ações em níveis superiores aos de antes da crise. 

Para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o apetite do investidor por risco voltou a crescer em julho.