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Economia

Bancos liberam antecipação do saque-aniversário do FGTS; Veja se compensa

Apesar de parecer vantajoso, serviço conta com taxas de juros e cobrança de IOF. Trabalhador deve analisar com cuidado se vale a pena.

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FGTS

O governo federal criou em 2019 a modalidade de saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Ela possibilita o saque anual, e no mês de nascimento, de uma parte do fundo pelos trabalhadores com carteira assinada que optaram pela sistemática.

Leia mais: TST decide que pandemia de Covid-19 não dá direito ao saque integral do FGTS

A partir disso, bancos criaram linhas de crédito voltadas para quem deseja antecipar os saques anuais. Ou seja, o trabalhador antecipa os valores a receber antes do prazo oficial do calendário do saque-aniversário. Mas, afinal, vale a pena fazer isso? Veja a seguir.

Qual o valor do saque-aniversário?

O valor repassado pelo saque-aniversário é calculado com base no saldo que o trabalhador possui no seu FGTS. Dependendo da quantia, o empregado pode sacar uma porcentagem do acumulado total, incluindo ou não o pagamento de parcela adicional fixa.

Observe:

Saldo no FGTS Alíquota Parcela adicional
R$ 500 50%
R$ 500,01 até R$ 1.000 40% R$ 50
R$ 1.001,01 até R$ 5.000 30% R$ 150
R$ 5.000,01 até R$ 10 mil 20% R$ 650
R$ 10.000,01 até R$ 15 mil 15% R$ 1.150
R$ 15.000,01 até R$ 20 mil 10% R$ 1.900
Acima de R$ 20 mil 5% R$ 2.900

O saque-aniversário é diferente da opção tradicional, cujo saldo é liberado em caso de demissão sem justa causa, compra da casa própria ou aposentadoria, por exemplo.

Nestas situações, quem optar pela retirada do dinheiro usando a nova modalidade perde o direito ao saque rescisão, que permite a retirada integral do acumulado no fundo. Somente a multa rescisória de 40% é paga pelo empregador.

Vale a pena antecipar o saque?

Segundo o professor de finanças do Insper, Ricardo Humberto Rocha, apesar de parecer atrativo, um empréstimo por meio do saque-aniversário pode trazer prejuízos ao trabalhador. Isso porque, como toda linha de crédito, são cobradas taxas de juros durante sua operação. Em alguns casos, elas chegam 2% ao mês.

Além disso, também é preciso considerar o IOF, pois o serviço não deixa de ser uma operação comercial. Para o especialista, é necessário muita atenção antes de firmar um acordo deste tipo, sobretudo quando há urgência para uso do dinheiro. “Não se deve resgatar o FGTS para adquirir algo que não é prioridade, simplesmente porque quer antecipar um sonho”, reforçou o professor.

Por outro lado, Rocha também menciona que a taxa cobrada pela antecipação do FGTS está abaixo dos padrões de outras linhas de crédito, como o cheque especial, por exemplo, cuja taxa de utilização pode chegar a 11% ao mês. “Se a pessoa está negativada e consegue fazer um acordo com o banco ou precisa do dinheiro para reforçar o orçamento do mês, pode ser uma boa saída”, finalizou o especialista.

Interessados no serviço devem acessar o aplicativo do FGTS e autorizar que os bancos consultem o saldo disponível. A função aparece na tela inicial do aplicativo da Caixa. A partir daí, o trabalhador deve checar com o seu banco se ele dispõe do serviço de adiantamento.

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