Economia
BC elevou Selic em 1 ponto nesta quarta, 22; Veja como isso afeta o crédito
Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou nesta quarta-feira novo aumento na taxa básica de juros.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgou quarta-feira, 22, a nova taxa básica de juros (Selic), que passou de 5,25% para 6,25%.
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Com a nova alta, que leva a Selic para o mesmo nível do início de 2019, os empréstimos tendem a ficar mais caros. O governo já havia anunciado um aumento no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o que eleva os custos de algumas modalidades de crédito.
“Quando a gente aumenta a taxa de juros, naturalmente, fica mais caro para as pessoas pegarem empréstimo e para as empresas investirem. O setor produtivo tende a apostar menos na economia. Ele fica mais reticente em investir e aumentar a produção”, explicou a professora de economia do Inspe, Juliana Inhasz.
Entenda como o aumento da taxa básica pode afetar o bolso do consumidor.
Casa própria
As linhas de crédito para financiamento imobiliário costumam sofrer as maiores mudanças após a alta da Selic. Mas enquanto os bancos privados já estão aumentando suas taxas para quem quer comprar a casa própria, a Caixa reduziu os juros do crédito imobiliário.
Apesar de terem subido, os juros ainda estão em patamares mais baixos do que os registrados há alguns anos. Em julho, os financiamentos imobiliários com recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) totalizaram R$ 18,79 bilhões, segundo dados da Acebip.
O crescimento é de 73,6% na comparação anual, embora represente queda de 4,4% na comparação com um mês antes.
IOF
O presidente Jair Bolsonaro aprovou o aumento da alíquota do IOF, decisão que deve elevar a arrecadação em R$ 2,14 bilhões. A mudança temporária tem como objetivo custear o programa substituto do Bolsa Família, batizado de Auxílio Brasil.
Para empresas, a alíquota diária passa de 0,0041% (anual de 1,50%) para 0,00559% (anual de 2,04%). Já para as pessoas físicas, a alíquota diária sai de 0,0082% (anual de 3,0%) para 0,01118% (anual de 4,08%).
O imposto incide sobre financiamentos bancários, compras com o cartão de crédito internacional no exterior (presencialmente e online), dentre outras transações financeiras.
Juros futuros
Deixar os financiamentos mais caros também dificulta a tomada de crédito pelas empresas, o que pode prejudicar a recuperação econômica neste momento.
O aumento da Selic e a expectativa de novas altas afeta o mercado de juros futuros, o que prejudica as ações de empresas listadas em Bolsa. Na última terça-feira, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para 2025 terminou o dia em 9,90%, enquanto a do DI para janeiro de 2027 fechou em cerca de 10,30%.
“Juro maior nunca é bom para Bolsa. O custo de capital das empresas se eleva e isso afeta o valuation (avaliação) para pior, jogando para baixo as cotações”, avaliou o economista-chefe da Órama, Alexandre Espírito Santo.
Quanto mais altas essas taxas, mais os agentes cobram para continuar com os ativos. Ou seja, elas são um indicativo do humor dos investidores.
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