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Economia

BC indica que condições para sinalização de que Selic não deve subir seguem de pé

A instituição ressaltou que não pretende reduzir o grau de estímulo monetário a menos que haja uma mudança no quadro atual.

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O Banco Central indicou que as condições para sua sinalização de que a taxa Selic não deve subir seguem de pé, conforme ata divulgada nesta terça-feira (22) pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Na publicação, o órgão reforçou que considera adequado manter a chamada prescrição futura como instrumento de política monetária adicional.

Embora exista uma assimetria em seu balanço de riscos para a inflação para o lado altista, o BC ressaltou que não pretende reduzir o grau de estímulo monetário a menos que haja uma mudança no quadro atual.

“O Copom avaliou que as condições para a manutenção do ‘forward guidance’ seguem satisfeitas. O comitê considera que as expectativas de inflação, assim como as projeções de inflação de seu cenário básico, encontram-se significativamente abaixo da meta de inflação para o horizonte relevante de política monetária; o regime fiscal não foi alterado; e as expectativas de inflação de longo prazo permanecem ancoradas”, diz o texto.

O BC também reiterou a mensagem de que por questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço para outro corte de juros deve ser pequeno, caso seja necessário.

Na semana passada, o BC optou por manter a Selic em sua mínima histórica de 2% ao ano após nove cortes consecutivos, conforme esperado pelo mercado. Em comunicado sem grandes novidades quanto à política monetária, a instituição reconheceu que a inflação deve acelerar no curto prazo.

Parte do mercado percebeu a falta de mensagens mais atualizadas do BC em relação à questão fiscal, em um cenário de pressões crescentes para mais despesas em 2021 e dúvidas quanto à manutenção da regra do teto de gastos nesse contexto, e sobre o avanço de preços na economia, com a disparada da inflação ao produtor e constantes altas no setor de alimentos e da construção civil.

Quanto à visão de que a inflação ao consumidor deve se elevar no curto prazo, o BC ressaltou no texto que contribuem para esse movimento a alta temporária nos preços dos alimentos e a normalização parcial do preço de alguns serviços em um contexto de recuperação dos índices de mobilidade e do nível de atividade.

Já em relação aos preços administrados, a avaliação é que eles devem apresentar “variação contida”, com destaque para o recuo nas tarifas de plano de saúde em setembro e a queda projetada para o preço da gasolina a partir de outubro.

Em relação à evolução da atividade, o BC pontuou que a recomposição de renda proporcionada pelo auxílio emergencial e outras ações do governo “vêm permitindo que a economia brasileira se recupere relativamente mais rápido que a dos demais países emergentes”.

Ao mesmo tempo, a instituição frisou que os indicadores recentes sugerem uma recuperação parcial, de forma similar à que ocorre em outras economias, onde os setores mais diretamente afetados pelo distanciamento social permanecem deprimidos, numa menção indireta ao comportamento dos serviços.

CENÁRIO MELHOR PARA EMERGENTES

Quanto ao cenário externo, o BC deu mais indícios sobre sua leitura após já ter assinalado no comunicado da semana passada que ele estava “relativamente mais favorável” para países emergentes.

De acordo com a autoridade monetária, isso decorre da retomada das atividades nas principais economias, ainda que concentrada no mercado de bens, e da moderação na volatilidade dos ativos financeiros.

Em todo caso, o BC enfatizou que ainda há bastante incerteza sobre a evolução desse cenário benigno.

“Uma possível redução abrupta e não organizada dos estímulos governamentais pode atrasar a recuperação da demanda por bens e o processo de recomposição de estoques. Ao mesmo tempo, a própria evolução da pandemia da Covid-19 pode atuar como um limitante para o pleno funcionamento do setor de serviços”, acrescentou.

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