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BC traz inflação para 5,9% na base anual e pode prolongar aperto monetário, diz agência

Autoridade monetária fez a lição de casa.

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Crédito: Leonardo Sá/Agência Senado

O Banco Central do Brasil (BC) trouxe a inflação para 5,9% na base anual e pode prolongar ainda mais o aperto monetário que vem promovendo para conter a elevação dos preços.

A afirmação é da agência de classificação de risco Fitch, conforme relatório divulgado na tarde desta terça-feira (20).

No documento, destaca que a inflação caiu no comparativo anual em novembro, de 12,1% em abril, em grande parte devido aos cortes de impostos sobre itens de energia.

Também disse que os núcleos de inflação líquidos desses itens permanecem elevados (8%-10%), mas começaram a moderar.

E acrescenta que o BC tem seguido um dos ciclos de aperto monetário mais agressivos e proativos do mundo, elevando a taxa Selic em 1.175 pontos-base acumulados para 13,75% em agosto, o que ajudou a conter o desvio nas expectativas.

Também reforçou um viés hawkish diante dos riscos de inflação impostos pelas atuais incertezas fiscais e, caso persistam, pode prolongar o período de política monetária ultra apertada ou até mesmo aumentar ainda mais as taxas.

BC traz inflação para 5,9%

De acordo com o relatório, as finanças públicas tiveram um desempenho superior em 2022, pois as receitas fiscais dinâmicas e as receitas vinculadas às commodities compensaram os efeitos de grandes cortes de impostos e aumentos de gastos sociais decretados no meio do ano para mitigar as pressões inflacionárias.

Desta forma, a Fitch espera que o superávit primário do governo geral suba para 1,3% do PIB em 2022 – seu melhor resultado desde 2013. Mas a Fitch projeta uma deterioração acentuada para um déficit primário de 1,0% em 2023 como resultado do efeito do imposto no ano inteiro cortes (que são permanentes ou prováveis ​​de serem estendidos), crescimento mais brando e preços de commodities, e soluções alternativas ao teto de gastos para abrir espaço para maiores gastos sociais e de investimento (1,7% do PIB em uma proposta de emenda constitucional, embora isso ainda esteja sujeito a decisões do Congresso aprovação).

“O teto de gastos está sendo relaxado sem planos concretos para substituí-lo por uma nova âncora fiscal, aumentando a incerteza sobre a trajetória fiscal de médio prazo e afetando negativamente os custos de empréstimos”, disse.

E acrescentou que a dívida do governo geral cairá pelo segundo ano para 74,1% do PIB projetado em 2022, recuperando seu nível de 2019 antes de um salto durante a pandemia. A Fitch projeta que subirá novamente para 80,0% até 2024, bem acima da mediana ‘BB’ de 55%, devido ao ressurgimento de déficits primários, crescimento mais lento e custos de juros mais altos.

“Essa trajetória pode ser ainda mais acentuada caso a deterioração fiscal exceda as expectativas, pois isso pode ter repercussões adversas no crescimento e nos custos de empréstimos”, frisou.

Déficit em conta corrente

A Fitch também diz esperar que o déficit em conta corrente suba para 3,0% do PIB em 2022, acima do esperado anteriormente, dada a demanda interna dinâmica, mas também revisões metodológicas, e permaneça totalmente financiado por IED robusto.

“O Brasil se manteve bem em meio à volatilidade global de 2022, já que a política monetária doméstica restritiva compensou o sentimento mais amplo de risco, embora com alguns surtos de volatilidade relacionados às incertezas da política doméstica”, ressaltou.

E disse mais: “as reservas internacionais caíram 9% no ano até meados de dezembro para US$ 331 bilhões, mas quase inteiramente devido a efeitos de valorização, e continuam representando um amplo buffer (cobrindo 8,6 meses de pagamentos externos correntes, acima da mediana ‘BB’ de 4,5).”

Redatora. Formada em Técnico Contábil e Graduada em Gestão Financeira. Contato: simonillalves@gmail.com.

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